Durante a infância, o compartilhamento de quarto entre irmãos pode ser motivo de conflitos. E não é para menos: desde cedo, a criança exprime o desejo de ter seu próprio cantinho onde possa expressar suas singularidades e gostos. Mas, na impossibilidade de ter um dormitório para dormir sozinho e chamar de seu, é possível sim que o ambiente dividido possa prover essas sensações de pertencimento e bem-estar.
Conhecer o perfil de cada criança, entender as características inerentes à faixa etária e realizar um bom planejamento são alguns dos caminhos apontados por Erika Mello, arquiteta no escritório Andrade & Mello Arquitetura. Para ela, a leitura individualizada e as soluções proporcionadas pela arquitetura de interiores pode, inclusive, incutir nos irmãos a felicidade de crescerem e dormirem juntos no mesmo dormitório.
“Muito além do descanso noturno, um espaço bem planejado assegura a oportunidade de os pequenos realizarem atividades educativas, brincadeiras e uma ambiência tranquila para as tarefas escolares e as aulas online. No final das contas, o objetivo é prover experiências e memórias muito positivas para os pequenos moradores”, explica Erika.
Junto com o também arquiteto e seu sócio, Renato Andrade, eles elencaram alguns pontos que norteiam esse processo. Acompanhe:
Delimite os espaços de cada um
Independente do gênero dos irmãos que coabitam o mesmo quarto, é importante que cada um tenha um espaço que se reconheça como indivíduo, independentemente da idade. Renato Andrade argumenta que, em alguns projetos, a diferença entre a faixa etária pode até se revelar como limitante em alguns pontos, mas as boas ideias cooperam a equacionar os desafios. “Em dormitórios pequenos, o beliche é, sem dúvida, um móvel que contribui para aumentar a circulação. Ao mesmo tempo, pode causar receio aos pais, que temem pela segurança dos pequenos. Mas já realizamos um projeto que a caminha de cima foi toda protegida por acrílico e, para a escada, a marcenaria produziu degraus muito mais leves e tranquilos para o movimento de subir e descer”, descreve.
Aposte em cores e decoração
Depois de traçar o espaço dos pequenos moradores no dormitório, pensar na cor é outra missão muito importante. “A paleta adotada precisa dialogar com eles, destacando as preferências de cada um. O layout e o décor de um quartinho costuma se manter pelo período da infância e é fundamental que se sintam felizes, realizados e acolhidos no ambiente. Precisa se democrático e agradar a todos”, discorre Erika.
Fugindo dos padrões, os profissionais do escritório também afirmam que o arquétipo que antigamente definia uma determinada cor para menino e outra para menina ficou no passado. O paradigma foi quebrado pelo décor sem gênero, que propõe um estilo neutro, que não explora uma cor predominante, mas sim um colorido que traz alegria e vida para o ambiente. “Isso não significa que os clássicos devem ser deixados de lado, mas sim que podemos combinar com tons mais neutros, como o cinza e o branco, para deixar o cômodo mais sofisticado e harmonioso. Para a parede, além da tinta, papéis e adesivos, que podem ser retirados com o tempo, são opções superbacanas para as crianças, que de acordo com o crescimento, podem mudar suas predileções e redecorar de tempos em tempos sem mexer com a estrutura do quarto”, relata o arquiteto.
Divisão de brinquedos e roupas em móveis separados
Os arquitetos recomendam que cada irmão possa ter o seu cantinho para acomodar os itens que façam parte da sua história… brinquedos, livros, material escolar podem ser dispostos em uma divisão inteligente e composta por prateleiras, nichos e caixas organizadoras, entre outros recursos. “Ainda que ambos brinquem juntos, precisamos respeitar a individualidade de cada um. Os brinquedos são bem valiosos e as crianças precisam ser estimuladas a guardar, preservar e tê-los sempre em ordem”, comenta Erika.
Para as roupas e o momento de estudar, o pensamento não se difere: a decoração contribui para o compromisso que os pais têm em oferecer cultivar o jeito de ser e a identidade de cada filho.
Aposte em mobiliários seguros
Principalmente se tratando de crianças pequenas, o cuidado precisa ser redobrado. Portanto, nada mobiliários pontudos, quinas e até mesmo tomadas de fácil acesso ou sem proteção.
Informações: Assessoria de Imprensa.