Tem sido crescente o movimento das escolas em ações antirracistas. Há alguns anos, as instituições têm promovido debates, ampliado as opções de leitura para autores não brancos e se preocupado em garantir vagas no quadro colaborativo e de bolsas de estudos para pessoas negras e de baixa renda, a fim de promover equidade social. Para ter um panorama mais amplo da diversidade nas suas escolas e, desta forma, estabelecer novos movimentos para a equidade, as escolas da Bahema Educação estão realizando censos em suas unidades. A Escola da Vila e Escola Viva, ambas em São Paulo, e Escola Parque, no Rio de Janeiro, estão mais adiantadas no levantamento para identificar os dados reais das suas comunidades escolares e planejar novas ações.
“O levantamento nos trará um diagnóstico fundamental para estruturar planos de ação que tenham ainda mais impacto em toda a comunidade, envolvendo as equipes, os estudantes e as famílias”, explica Gabriel Ribeiro, CEO da Bahema Educação.
Ações Antirracistas
Além do censo, a Escola da Vila conta com um projeto de inclusão chamado Ampliar, que tem o objetivo de aumentar progressivamente o número de vagas para alunos negros e também alunos de baixa renda por meio de cotas sociais financiadas por outros pais, responsáveis ou empresas. Criado em 2018, no ano seguinte já conseguiu incluir 12 novos estudantes de baixo poder aquisitivo, pretos ou indígenas, todos oriundos da rede pública. O processo de seleção é realizado com o apoio de uma ONG e, naquele primeiro ano, captou alunos do Ensino Médio. A expectativa é que seja estendido ao Ensino Fundamental para o próximo ano letivo e, em 2023, estejam disponíveis também às crianças da Educação Infantil.
Em paralelo ao Ampliar, surgiu também em 2019 um coletivo de pais e mães de alunos da Vila, que se uniram à escola para contribuir com o debate. Batizado de Núcleo de Ação Antirracista de famílias da Escola da Vila (NAA), tem como objetivo propor e incentivar maior troca de conhecimento entre a comunidade.
Em novembro, mês da Consciência Negra, a agenda de debates e reflexões, que acontece durante todo o ano, tem programação especial. De 20 a 27 de novembro a escola e o NNA farão o Sarau da Consciência Negra, com música e arte envolvendo todos da comunidade escolar, clubes de leitura, voltado para todas as faixas etárias, dos pequenos da Educação Infantil aos maiores do Ensino Médio, clube de cinema e roda de conversa.
“Eu tenho muita confiança de que, se a gente conseguir problematizar a branquitude dentro das escolas de elite, criar a consciência de que existe racismo estrutural e de que temos posturas cotidianas que são excludentes, conseguiremos mobilizar desde cedo a formação integral de pessoas que valorizem o humano em toda sua diversidade. Isso muda as gerações e, embora possa demorar, quanto mais ágeis formos, menor será esse tempo”, diz Fernanda Flores.
Informações: Assessoria de Imprensa.