As dificuldades financeiras são comuns para quase toda a população, mas em especial, atingem muitas mães solteiras – que não são poucas. Segundo dados do IBGE, cerca de 12 milhões de mães criam seus filhos sozinhas no Brasil.
O fato de ser mãe, por si só, já demanda um planejamento financeiro específico. E quando analisamos o caso de uma mãe solo, o cuidado é redobrado, pois todo o ônus recai sobre apenas uma pessoa. E com os custos financeiros não seria diferente: a mãe, sozinha, será a responsável por todos os custos financeiros, sendo a única provedora.
“Apesar de muitos avanços conquistados por nós mulheres, ainda há muito o que conquistar. Principalmente no que diz respeito à equidade salarial. Quando estendemos esse assunto para as mães solo, as consequências não são animadoras. Embora a maternidade seja um momento mágico, existe uma penalização financeira às mães, principalmente se ela for solo”, afirma Ana Paula Netto, consultora financeira da Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada.
Pensando nisso, a especialista separou cinco dicas para quem é mãe solo ou quer viver a maternidade solo:
1.Garanta que você tenha Auxílio Maternidade do INSS
Esse é um planejamento que deve começar bem antes da chegada do bebê. Trata-se de um auxílio concedido pelo INSS nos casos de nascimento do bebê, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial com finalidade de adoção. O prazo de duração do benefício pode variar: nos casos de nascimento ou adoção é de 120 dias. O valor também varia de acordo com o tipo de emprego e contribuição. Via de regra, para que possa receber o auxílio, a mãe deverá ter a qualidade de segurado e contribuir pelo menos há 10 meses ao INSS, salvo algumas exceções.
2.Tenha um Seguro Saúde
Contrate um seguro saúde ou verifique se as coberturas do seu atual seguro são suficientes para essa situação. O seguro saúde vai cobrir muitas das despesas inerentes a essa fase. Essa dica, assim como a anterior, deve ser vista com antecedência, pois caso tenha que contratar um seguro novo, certamente terá carência para parto e internações decorrentes dele. Caso não possa contar com um ou não tenha tempo hábil para cumprir carência, não se desespere. Separe um valor para essas despesas e, caso não tenha meios para isso, procure a rede pública de saúde e já deixe tudo organizado.
3.Separe uma reserva para gastos extras
Com a chegada do bebê, não ignore alguns gastos como a decoração do quarto, berço, banheira, roupinhas, itens de higiene, fralda, mamadeira, chupetas e outras adequações na casa. Separadamente, pode não parecer um custo tão alto, mas juntos são significativos. Caso não tenha meios para essa reserva, tente algo alternativo como rifas ou um chá de bebê, por exemplo, antes de se endividar no seu cartão ou cheque especial. Lembre-se de que agora tem uma criança que depende de você. Doações também são bem-vindas, não tenha vergonha de aceitar, mesmo que os objetos sejam usados, pois poderá representar uma boa economia. Fora isso, não faça loucuras, antes de fazer aquele quarto super decorado ou investir horrores na lembrancinha da maternidade, veja se isso cabe no seu orçamento.
4.Faça um planejamento financeiro
Organize sua vida financeira, afinal, é só você por você mesma. Embora pareça óbvio, é imprescindível que você saiba qual é exatamente a sua renda e quanto gasta. Dessa forma, terá o controle da sua vida financeira e poderá entender se seus gastos fazem sentido de fato para você. Faça um planejamento do ano, já incluindo as despesas com o bebê, e mensalmente compare com os gastos que efetivamente ocorreram.
Recomendações importantes: planeje e depois gaste; sempre que for gastar, olhe no seu planejamento e veja se esse gasto cabe. Caso não caiba, refaça seus planos. Gastar e depois incluir o gasto na planilha poderá apenas te mostrar que você estourou seu orçamento, aí já é tarde. Outro ponto importante é olhar para seus investimentos como prioridade. Recomendo a lógica de investir primeiro e gastar o que sobrar e não gastar primeiro e apenas investir se sobrar. Separe um dinheiro para investir como se fosse um boleto, assim como você paga água, luz, condomínio. “Pague” seus investimentos, dê prioridade a eles.
5.Tenha uma reserva de emergência
Esse é o primeiro passo para começar a investir e evitar que você faça um empréstimo a um custo alto caso ocorra uma eventualidade. Com a reserva de emergência você terá mais liberdade e segurança para enfrentar o desafio de ser mãe solo. Se, porventura, houver uma situação inesperada, você terá uma reserva para te ajudar.
O ideal é que você reserve pelo menos o equivalente a 6 vezes seus gastos mensais. Caso você tenha maior dependência de remuneração variável, tenha dependentes ou simplesmente queira mais segurança, o indicado é até 12 vezes seus gastos mensais. Recomendo que esses valores sejam alocados em investimentos de renda fixa de baixo risco e alta liquidez. Para quem está começando, pode ser um CDB pós-fixado com liquidez diária. Para as mais experientes pode ser Tesouro Selic ou Fundos DI com baixa taxa ou taxa zero.
6.Reserve dinheiro para a educação do seu filho
Um dos gastos que se mostra mais desafiador para uma mãe solo é uma educação de qualidade para seu filho. Aqui não me refiro à escola convencional somente, mas também a cursos que possam desenvolver outras habilidades como, por exemplo, idiomas e esportes. Confira uma simulação que demonstra a importância do planejamento, considerando uma faculdade com mensalidade média de 3,2 mil reais e prazo do curso de 60 meses.
• Em um prazo de 18 anos: aportes mensais de R$ 525,00, desembolso total de R$ 113.343,00, economia de 41,2%.
• Em um prazo de 10 anos: aportes mensais de R$ 1.147,00, desembolso total R$ 137.613,00, economia de 28,5%.
• Sem planejamento: pagamento mensal de R $3.210,00, desembolso total de R$ 192.600,00.
7.Cuide do seu futuro financeiro
Acredite, seu bebê vai crescer. Não se negligencie, cuide de você e do seu futuro. Sua saúde financeira está diretamente ligada à sua saúde mental, física e social. Logo, com ela em dia, você terá condições de ser a melhor mãe que você pode ser. Invista em você, tenha seus objetivos de curto, médio e longo prazo e não se esqueça da sua aposentadoria, comece o mais cedo possível a fazer sua previdência privada. Além de garantir uma renda complementar à sua renda do INSS, a previdência é livre de inventário, ou seja, pode fazer parte do seu planejamento sucessório. Acredite, isso fará muita diferença no seu futuro.
Informações: Assessoria de Imprensa.