Por ano, são registrados mais de 600 mil novos casos de câncer no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Por isso, além de fazer das consultas de rotina um hábito, é fundamental, se a doença for constatada, seguir o tratamento indicado pelos especialistas à risca. Quimioterapia e radioterapia são os mais comuns, conhecidos também por suas reações adversas, como náuseas, vômito e falta de apetite. Outro efeito colateral em potencial é a infertilidade. A boa notícia é que a ciência oferta alternativas interessantes para pacientes com neoplasia que desejam ter filhos.
“Algumas terapias para o tratamento de câncer afetam as gônadas [ovários e testículos], destruindo as células sexuais e reduzindo a reserva ovariana e testicular. As terapias mais tóxicas são aquelas que tratam linfomas, leucemia, câncer de mama e de testículo”, explica Ana Carolina Possebom, ginecologista e obstetra da Androlab, clínica referência em reprodução humana assistida (RHA).
Especialmente nos casos citados, é importante, diz Ana Carolina, que os médicos comuniquem os pacientes sobre todos os efeitos colaterais em potencial e apresentem a possibilidade de criopreservação, técnica de congelamento de células e tecidos biológicos.
O tempo é um fator determinante em qualquer tratamento de câncer e isso também vale para a preservação de óvulos, sêmen ou embriões. A palavra de ordem, segundo Ana Carolina, é “agilidade”. A médica da Androlab afirma que o melhor caminho é realizar a coleta e o congelamento dos gametas antes mesmo do início da quimio ou radioterapia.
“No caso do câncer, não temos o mesmo tempo que os pacientes que escolhem a criopreservação por outros motivos têm. Especialmente em mulheres, buscamos iniciar o tratamento para infertilidade assim que a paciente decide pela preservação, com a estimulação do ovário, procedimento que leva de oito a 12 dias para ser realizado. Com os homens, basta que a coleta do sêmen seja agendada, já que o processo não depende de uma estimulação hormonal”, pontua Ana Carolina.
A especialista ainda esclarece que o material preservado poderá ser utilizado em qualquer momento da vida do paciente.
“Não temos mais um tempo limite para os óvulos, sêmen ou embriões ficarem congelados. Antigamente, existia um ‘número mágico’ de 10 anos, mas já tivemos casos de óvulos mais velhos que foram utilizados com boas taxas de sucesso”, finaliza a ginecologista.
Informações: Assessoria de Imprensa.