Aventuras Maternas

Fimose: um fantasma nem tão assustador

fimoseQuem é mãe de menino já deve ter passado pelo fantasma da fimose. Algumas mais, outras menos. Mas, tenho quase certeza, que a sombra da preocupação com o tema já passou pela cabeça de todas.

Fimose é a dificuldade ou até impossibilidade de expor a glande, ou cabeça do pênis, porque o prepúcio (prega de pele que envolve a glande) estreita a passagem. Cerca de 90% dos meninos nascem com fimose, nos primeiros meses de vida existe uma aderência natural do prepúcio à glande. Aos seis meses de idade, esse número cai para 20 % e aos três anos os números invertem: 90% dos meninos já não apresentam fimose.

No entanto, existem alguns casos em que é necessário um tratamento com creme corticóide ou até cirurgia, mas para isso é necessária a avaliação de um urologista. Excesso de pele, falta de higiene adequada, por exemplo, podem ser responsáveis pela incidência de inflamações ou infecções que deixam a abertura do prepúcio mais estreita. Por isso, exercícios ou massagens para arregaçar o prepúcio devem ser evitados, pois além de causar dor, podem provocar sangramentos e, como consequência, a formação de cicatrizes que reduzem o orifício por onde deveria passar a glande. A higienização do pênis do bebê deve ser realizada até a parte que consiga ser exposta, sem fazer muita força.

No caso do Arthur, a cirurgia era inevitável. O excesso de pele impedia a limpeza adequada e a manipulação o incomodava muito.

Quadros de infecção urinária, dificuldade de urinar, muito acúmulo de esmegma (substância esbranquiçada que aparece na região da glande quando a higienização não é adequada), infecções locais repetidas normalmente são casos onde a cirurgia é indicada.

O procedimento da fimose, postectomia, é feita com anestesia geral e dura em média 30 minutos. A recuperação é rápida, a criança pode voltar às atividades em três dias, evitando brincadeiras que possam causar traumas nessa região pelo menos um mês (evitar jogar bola, correr, lutas, andar de bicicleta).

Confesso que fiquei tensa com a cirurgia. Minha sócia, Priscila, já tinha passado por isso com o Théo. Ela me explicou tudo e me tranquilizou. Porém, pensar no seu filho pequeno ser anestesiado e cortado era simplesmente demais pra mim. Procurei não pensar no assunto, até que chegou o dia. Eu fui com o pai dele para a clínica e tentamos distraí-lo de todas as formas. Na verdade, ele estava melhor do que nós. Dormiu e quando a equipe chegou para buscá-lo ele nem acordou. O pai dele começou a chorar e eu me mantive forte (para a minha surpresa!!!). Foi tudo muito rápido e quando vi, ele já tinha voltado.

A volta da cirurgia é sempre uma incógnita por causa da anestesia. Algumas crianças ficam mais agitadas, assustadas e outras tranquilas. O Arthur chorou um pouco, mas bastou um colo de mãe pra acalentá-lo. Ele estava medicado, por isso não sentia dor. Só queria se sentir protegido.

Fomos pra casa no mesmo dia e me cerquei de cuidados com ele. No dia seguinte ele já estava correndo e se pendurando na cortina. Ficou 10 dias sem ir pra escola para não correr o risco de um acidente. E, no final das contas, todo o meu medo foi em vão, porque ele ficou ÓTIMO!

Recomendações

* Não force a pele da glande, nem faça massagens para aumentar a abertura do prepúcio. Isso pode provocar microtraumatismos e, posteriormente, cicatrizes que reduzem o diâmetro do anel prepucial;

* Procure realizar a higiene do pênis com atenção e cuidado;

* Trate as assaduras que por ventura ocorram na glande e no prepúcio para evitar infecções e cicatrizes;

* Leve seu filho ao médico, ao primeiro sinal de inflamação ou infecção na cabeça do pênis e/ou na pele que a recobre;

* Não adie a realização da cirurgia de fimose. Aceite-a com naturalidade e procure tranqüilizar seu filho caso ela lhe seja indicada.

                        

Sobre o autor Ver todos os posts

Priscila Correia

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *