Eu ia escrever uma matéria com depoimento e informações, mas resolvi contar aqui a minha história. Que não é diferente da de muitas outras pessoas.
É cada vez mais comum famílias oriundas de um segundo casamento. O número de divórcios aumenta ano a ano e passou a ser normal a famosa composição “os meus, os seus e os nossos”. Eu sou um bom exemplo disso. Minha mãe se separou quando eu tinha 2 anos e logo em seguida casou com o meu “tio Antônio” (nome carinhoso de meu padrasto, que eu considero como pai). Desse longo relacionamento nasceram as minhas duas irmãs, Camila e Letícia, que eu amo de paixão. Meu pai também se casou e teve, também, duas filhas – Sabrina e Mayara -, que eu também amo demais.
Nossa vida, desde que eu me lembro, sempre foi de muita harmonia. No início, como eu ainda era um bebê, minha mãe conta que eu sentia um pouco, mas nada que, com muito amor e carinho do meu padrasto, não fosse superado. Meu pai e ele até ficaram amigos! Quando minhas irmãs nasceram não houve distinção, o tratamento sempre era igualitário.
Hoje, a Camila vive essa situação e eu também. No caso dela, ela teve a Maria Clara, de 9 anos, fruto do seu primeiro relacionamento. Há 6 anos ela reencontrou meu atual cunhado, Fábio – namorado de infância -, que já vinha de dois relacionamentos e dois filhos (Maria Eduarda (10) e Gabriel (15). Eles se casaram e, hoje, estão também com a Maria Vitória, de 4 anos. O Fábio cria a Maria Clara como filha e te um amor incondicional.
Já a minha história não fugiu muito à regra. Me separei quando o Arthur tinha 1 ano, pouco tempo depois comecei a namorar o Ronald. No início, não o apresentei ao meu filho porque não sabia até onde iria o relacionamento, além de estar observando os efeitos da separação na cabecinha dele.
Por ser muito novinho, o Arthur até que reagiu bem. Como ele sempre foi muito grudado comigo, essa “dependência” acabou piorando, a ponto de eu não poder ir ao banheiro ou comer sem ele por perto. Era uma insegurança muito grande que ele tinha. E isso se somava ao fato de eu ter que trabalhar muito pra sustentar nossa vida.
Aos poucos, como o relacionamento foi ficando sério, começamos a fazer programas juntos – eu, o Arthur, Ronald e o filho dele (Davi) -, mas sempre com muita discrição. Depois de um ano, fomos morar juntos. Foi uma grande mudança para o Arthur, pois ele tinha a mamãe só pra ele, e agora tinha que dividir. Ele não era mais o “homem” da casa.
Apesar de gostar muito do “tio onde”, ele tinha crise de ciúmes, não deixava o Ronald deitar do meu lado, dar a mão, fazia pirraça, batia, mordia, respondia. Sempre conversei muito com ele e o Ronald cortou um dobrado pra conquistá-lo nessa nova fase. Mas, como a palavra mesmo diz, foi uma fase e passou. Nada que muito amor, carinho, conversa e…paciência não resolvessem.
Já o meu relacionamento com o Davi foi tranqüilo. Talvez pelo fato de não morarmos juntos. Mas, mesmo sendo tímido, consegui conquistá-lo e arrancar alguns beijos tempos depois. Ele e o Arthur se dão muito bem juntos. O que ajudou muito também foi a mãe dele ser muito parceira e gente boa comigo. Vira e mexe passeamos todos juntos, conversamos sobre nossos filhos e ela ainda faz doações de roupas que deixam de servir no Davizinho.
Enfim, o conceito família não é uma receita de bolo pronta.Ele está no sentimento, na vontade de fazer o outro feliz e na dedicação. Não importa se você passou por um, dois ou três casamentos, ou se você tem vários filhos e enteados. O importante é cultivar o amor, a harmonia, o respeito. O conceito de família são os valores com que você constrói essa família, e é isso que fica para vida inteira e é passada de geração para geração. Ninguém é melhor, diferente ou especial, porque quando se há amor, tudo se torna igual, um só.
Que lindo ver nossa história retratada com tanta clareza do amor que existe nessa nossa família cheia de “braços” kkk. Vale ressaltar o imenso amor que eu e Leticia, irmãs da Samantha por parte de mãe temos pela Mayara e pela Sabrina , suas irmãs por parte de pai. Somos todas “irmãs” fruto de histórias que se entrelaçam e se tornam uma só grande história, a história da nossa família, uma história de muito amor! Eu, assim como minhas irmãs carregamos pras nossas vidas o ensinamento que nossa mãe nos pregou, o do amor.
Gostei do seu relato. Eu me separei meu filho tinha 30 dias. Quando ele tinha 8 meses conheci meu marido. Quando o Will tinha os seus 5 anos nos casamos. Eles sempre se deram bem e sempre dei a oportunidade dele educar. Hoje temos um filho nosso, Gabriel de 1 ano!!
Muito orgulho da família que construí, cuja história é retratada por minha primeira filha. A primogênita. O exemplo de amor que passei para elas resultou no que vejo e me orgulho hoje. E mais ainda alcançando os genros e netos que vivem nesse mesmo clima. Quando chegaram não entendiam bem como funcionava, hoje nem sequer lembram como é não fazer parte disso. Só o amor é capaz de transpor todas as barreiras. Os que não entenderam isso, não permaneceram.Beijo a todos. Obrigada família.