Aventuras Maternas

Famílias feitas de amor

maesSabe aquela historia que contaram para a gente desde criança que uma família é composta por pai, mãe e filhos? Pois é, estava errada. Atualmente, as pessoas começam a entender que família correta é aquela que a gente constrói, que faz a gente feliz e sua formação não depende de cor, sexo, idade ou número de filhos. Ou seja, família pode ser um casal formado por um homem e uma mulher com um pet que amam como um filho, pode ser um casal com dois homens que resolvem não ter filhos nem pets, pode ser um homem e uma mulher que têm filhos, e podem ser duas mulheres que querem realizar o sonho da maternidade. Não importa como é cada família, mas como o amor pode construir laços, sejam eles entre pessoas do mesmo sexo ou não.

Juliana e Luciana, casadas há dois anos, contam que sempre tiveram o desejo de ser mães, assim como quase todas as mulheres. Mas como viviam no eixo Rio/São Paulo a trabalho, optaram por esperar um pouco. Após fixarem residência no Rio, começaram os planos para engravidar, incluindo, pelo menos, dois filhos. “As duas irão gerar. A Ju será antes, em função da idade, e eu depois. Caso tenhamos algum problema, podemos congelar os óvulos de uma e usar a outra como barriga de aluguel.”, explicou Luciana. Elas optaram por usar banco de esperma, para evitar problemas de um amigo querer pedir a paternidade, entrar na justiça para ter direitos sob a criança. “Para a nossa família ser nossa e a educação do nosso filho também.”, completou.

Já Tiana e Daiana têm uma historia um pouco diferente, mas compartilham do mesmo desejo: ter um filho – nesse caso, mais um. “Já temos essa experiência, pois eu tenho um filho de nove anos, fruto de um relacionamento com um homem, mas Daiana é mais presente que o pai: cuida, cria, gasta e faz o mesmo papel que o meu, inclusive ele fala que Daiana é o “pai feminino” dele”, conta Tiana. Para o segundo filho, explica, decidiram o seguinte: se Tiana ficasse grávida, o óvulo seria de Daiana e vice-versa. “Assim, sentimos que seria das duas, cada uma faria uma parte. Então, resolvemos que Daiana ficaria grávida, pois ela quer uma menina com a minha cara”, brinca.

Mas e quando o bebê crescer? Sabemos que crianças são contestadoras e curiosas e provavelmente vão questionar o fato de terem duas mães. Tiana, que já tem um menino mais velho, sempre o orienta a não ser preconceituoso com nada e nem ter vergonha, que ele pode falar, sim, que tem duas mães e um pai. “E acho que ele não tem vergonha mesmo, já é natural para ele, pois sempre me viu com uma figura feminina ao meu lado. Me separei do pai dele quando ele tinha um ano de idade. Inclusive, na escola, já chegou a questionar um amiguinho. Quando o menino fez algum comentário, ele falou: “Qual o problema em ser gay? Minha mãe é gay!”. E o amiguinho se calou”.

Luciana também comenta que sempre responderá qualquer pergunta dos filhos da forma mais transparente possível e com muito amor. “Explicando que o amor é o mais importante e tanto homens podem namorar mulheres, quanto mulheres com mulheres, e homens com homens. Que o sentimento é o fundamental.”, finaliza.

Essas quatro mulheres – mães sabem que críticas sempre vão existir por parte de quem não conhece a história delas ou não acredita que uma família possa ter qualquer formação, desde que exista amor. Porém, estão preparadas para enfrentar o mundo para serem mães e felizes.

 

 

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Priscila Correia

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