A amamentação é um momento mágico entre mãe e filho. Também é motivo de preocupação durante toda a gestação. Sempre aparecem aquelas dúvidas: será que vai doer? Será que vou ter leite o suficiente? Como vou saber se ele pegou o peito corretamente? Enfim, as perguntas são infinitas, daria para escrever um livro com as respostas.
Essa insegurança, associada a alguma dificuldade em casos específicos, acaba por fazer certas mamães desistirem de amamentar ou, pior, nem tentarem. Para que isso não aconteça, vamos tentar esclarecer alguns pontos e dar dicas para você aproveitar ao máximo esse momento tão especial.
Para início de conversa, a amamentação é o momento (ao meu ver) em que finalmente cai a ficha de que você é mãe. Nessa hora só existem você e seu bebê, vocês finalmente estão se olhando, se tocando, se conhecendo! Ele extrai de você não só todos os nutrientes necessários para o seu crescimento saudável, mas também sua emoção, amor, enfim, todo o sentimento que está ali com você naquele momento. Por isso que, quando você está triste ou estressada, seu bebê também fica, porque isso passa pra ele. Essa é uma das mágicas de ser mãe.
Por isso, assim que engravidamos, precisamos preparar nosso corpo, mas também nossa mente. Desacelerar!! Ter um cantinho só nosso, reservado para esse momento. Tirar as preocupações da cabeça (porque o mundo não vai acabar nos próximos 20 minutos). Também temos que nos informar sobre os mitos e verdades do aleitamento com um profissional. Esqueça as pessoas dando dicas, vão surgir muitas.
Para quem pensa em desistir ou nem começar a amamentar, saiba que o leite materno protege o bebê de várias doenças e infecções como: otite, alergias, vômitos, diarréia, pneumonias, bronquiolites, meningites, entre outras.
Outras vantagens que a amamentação pode proporcionar para o seu filho é o melhor desenvolvimento mental, fácil digestão, melhor formação da boca e alinhamento dos futuros dentinhos, além da conexão entre mãe e filho.
A mãe também se beneficia no processo (iupii)! Ficamos menos ansiosas, queimamos calorias, ficamos mais tempo sem menstruar, o útero volta ao tamanho normal mais rapidamente, mais proteção para as mamas e ovários (contra o câncer), protege da osteoporose, anemia e por aí vai!
Conversamos com diversos especialistas e selecionamos algumas dicas que vão ajudar nesse processo:
- O tamanho e formato da mama não importam – tanto as mamas pequenas como as grandes produzem leite adequado e em quantidade suficiente.
- O melhor momento para começar a dar o peito é na primeira hora depois do parto. A necessidade de sucção do bebê é muito intensa e pega do peito será institiva.
- A imensa maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos. A causa principal que leva as mulheres a pensar que não têm leite suficiente é falta de informação, falta de apoio e de conhecimentos técnicos. Quando o bebê mama ao peito estimula as terminações nervosas que farão com que a sua mãe produza muito leite. Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz. Ah! E não existe leite fraco!
- Cada bebê tem seu timming de mamada. Deixe o bebê mamar em regime livre (sempre que o bebê quiser e durante todo o tempo que ele quiser) desde o primeiro dia. Alguns pediatras dizem que 20 minutos em cada peito, de 3h em 3h, é o ideal, mas isso é o seu filho que vai definir, rs. Contudo, vale observar que ele devemamar pelo menos 8 a 12 vezes por dia. Vale acordar o pequenino para mamar. Não espere ele ficar morto de fome, pois isso pode dificultar na hora de ele pegar o peito, além de você ficar nervosa com o choro.
- Os recém-nascidos perdem algum peso nos primeiros dias de vida (cerca de 10% do peso com que nasceram). Isto é normal e não quer dizer que o seu leite seja fraco.Nos primeiros 2 a 7 dias após o parto as mamas produzem colostro. O colostro é amarelo e mais espesso do que o leite maduro e é produzido em pequenas quantidades. Contém mais anticorpos e mais glóbulos brancos do que o leite maduro e assim protege o bebê contra a maior parte das bactérias e vírus. O colostro é laxante e ajuda o recém-nascido a eliminar o mecónio (as primeiras fezes muito escuras do bebé). Isto ajuda a evitar a icterícia.
- Escolha um lugar calmo para amamentar, onde não haja interrupções ou algum tipo de estresse para mãe e bebê. Se estiver em casa, o quarto é o local ideal, principalmente na cadeira de amamentação. Se estiver na rua, shoppings oferecem um espaço família para esse momento. Se estiver em um restaurante, procure saber se há um lugar mais calmo e reservado para esse momento. Tá certo que não restrições para a amamentação em lugares públicos, mas se você conseguir um pouco de tranqüilidade vai ajudar bastante.
- Toda a amamentação se resume é um só detalhe: a pega correta no peito. A posição deve ser correta (veja abaixo as posições mais usadas), ou seja, corpo voltado pra mãe, barriga com barriga, a cabeça em posição mais elevada que o bumbum, na altura do seio da mãe, abocanhando o máximo a aréola, nunca só o bico. Observe o som da mamada, estalos na língua ou som semelhante a um beijo mostram que a pega está errada. Isso propicia dor, machucados e rachaduras no bico do seio, além de não alimentar o bebê. Se isso acontecer, recomece, mude de posição. O único som que deve haver é o de sucção e deglutição.
- Esteja sempre acompanhada de uma (ou duas) garrafa de água na hora de amamentar, pois a sede que dá é imensa. Vale água de côco também. Afinal, precisamos repor o líquido que está saindo!
- Se você estiver produzindo mais leite do que o seu bebê mama, você pode estocar para momentos de emergência ou até doar para um banco de leite. Muitas mamães não sabem ordenhar corretamente o seio e acabam desistindo. Posicione os dedos na borda da aréola e faça uma leve compressão. Antes, vale massagear com a ponta dos dedos no sentido horário, da região da mama até a aréola, por pelo menos 5 minutos. Armazene em um pote de vidro com tampa de plástico, esterilizada em água fervente por 15 minutos. O leite pode ser utilizado em 12 horas se estiver na geladeira, ou 15 dias no congelador.
- Essa técnica de ordenha também ajuda a fazer com que o leite não empedre, gerando uma mastite ou inflamação da glândula mamária. Após a ordenha faça compressas frias (nunca quentes) ou deixe a água do chuveiro cair nos seios. Se você tiver febre, seios avermelhados ou pus procure um médico.
- Não dê ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser por indicação expressa do médico.
- Não dê chupeta ao bebê no primeiro mês de vida (nem mesmo as chupetas ditas “fisiológicas”). Os bebês precisam de tempo e de prática para aprender a mamar com eficácia; quantas mais oportunidades tenham para mamar, mais cedo aprenderão. O uso de chupeta durante o primeiro mês de vida pode confundir a sucção, porque o movimento da língua, das bochechas e do maxilar é diferente.
- Todas as mães ficam mais emotivas e sensíveis durante algumas semanas depois do parto. Nesta fase é normal sentir algumas dificuldades na amamentação. Seja persistente e não desista. Essas dificuldades desaparecem com o tempo, à medida que vai ganhando prática a amamentar.
- As primeiras semanas após o parto são muito importantes para a amamentação. Procure alguém que a ajude nas tarefas domésticas, durante essas semanas, para que você se possa dedicar inteiramente ao seu bebê. E durma! Descanse bastante entre as mamadas!