Sempre que crio historinhas para meu filho procuro transmitir algum ensinamento importante como não largar minha mão na rua, ou não machucar os amigos. E desta vez, a história de improviso se baseou nos personagens que ele curte: monstros e cavaleiros para ensinar sobre o respeito ao próximo e às diferenças. É super bacana ver a expressão das crianças entendendo lições importantes assim, né?
Espero que curtam a historinha!
Em um pequeno reino calmo e bonito, existia um castelo com um rei, um príncipe e uma princesa , um cavaleiro-chefe forte e poderoso, muitos soldados que mantinham a ordem do local, obedecendo as ordens do cavaleiro e um divertido menino, filho do cavaleiro-chefe, que chamava a si mesmo de “cavaleiro mirim”.
Ele morava na casa detrás do castelo, protegido de qualquer perigo, mas também sem nenhum amigo. Passava seus dias trancado e sozinho, inventando as próprias brincadeiras, pois seu pai temendo perigos, o mantinha ali, longe de qualquer perigo. O menino tinha uma bola e passava os dias jogando futebol consigo mesmo e com os amigos imaginários que criava para manter seu mini-castelo protegido.
Longe de qualquer informação, o cavaleiro-mirim era o único em todo o castelo que nunca tinha ouvido falar sobre o assustador monstro laranja de um olho só.
Um dia, quando ninguém esperava, o monstro resolveu invadir o castelo para pegar a coroa do príncipe. Ele esperou todos dormirem e resolveu subir pela lateral do castelo usando cordas e ganchos para o levarem até o topo da torre que dava no quarto do herdeiro do reino. Mas o cavaleiro-chefe, que nunca descansava, percebeu o barulho de um dos ganchos e cortou a corda, impedindo a terrível invasão.
No dia seguinte, o monstro decidiu entrar no castelo mergulhando no rio que ficava na frente do castelo. Bastava mergulhar bem fundo, para conseguir alcançar uma passagem subterrânea do castelo, que ficava nas profundezas do rio. Mas percebendo a sombra do monstro sob a água, o cavaleiro soltou os jacarés atrás do monstro e este saiu dali amedrontado.
Mas, o monstro não desistia e armou um plano mirabolante. Decidiu invadir o castelo pela casa do próprio cavaleiro-chefe. Ele nunca desconfiaria de tamanha coragem do monstro e, de fato, não desconfiou. Pulou os altos muros da casa detrás do palácio e encontrou o menino solitário jogando futebol contra as paredes. Ao ver o monstro, o pequeno abriu um enorme sorriso e disse: “que bom, alguém para eu brincar”. O monstro percebendo o mal entendido logo respondeu: “Não estou aqui para brincar. Todos sabem que sou um monstro terrível e vim aqui para pegar a coroa do príncipe
Mas o menino que só queria um amigo, manteve seu convite: “Por que você não brinca um pouco comigo. Quero tanto um amigo. E você parece muito legal e divertido
Diante dessas palavras, o monstro se emocionou: “Tem certeza que você quer ser meu amigo? Todos têm nojo de mim e me acham horrível! Ninguém quer brincar comigo. Sou tão solitário, que decidi viver assustando e pegando coisas dos outros, para ter algo para fazer
Vendo a tristeza do monstro, o menino repetiu que realmente desejava ser seu amigo e assegurou que ele não se sentia assustado com ele. E mais: disse que também era muito sozinho, mas nem por isso fazia mal a ninguém.
E o monstro prometeu ao menino que mudaria seu estilo de vida em nome da amizade dos dois.
Quando o pai viu a cena, ficou cheio de medo e foi prender o monstro, mas o menino mostrou mais uma vez que a inocência de uma criança pode ser mais preciosa do que qualquer poder. A amizade e o respeito pelo outro, sem preconceitos, podem mudar uma situação. Uma boa conversa pode funcionar bem melhor do que uma briga.