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Eficácia e cuidados com os repelentes

size_810_16_9_repeleCom a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos sempre nos rondando, me peguei debatendo com outras mães sobre a eficácia dos repelentes para as crianças. Ouvi muitas mães falarem que a maioria das marcas conhecidas não adianta e resolvi investigar. Acredito que, como eu, muitas mães não sabem a partir de quantos anos é seguro usar esse tipo de produto, como se aplica e quantas vezes.

Especialistas alertam: não é todo produto que pode ser usado em crianças. “O uso em excesso pode irritar a pele dos pequenos e até causar problemas mais graves. Primeiro é preciso saber que tipo de substância está sendo aplicada”, explica a dermatologista especializada em Pediatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lucia Mandel.

repelente-imagem-2As três substâncias mais conhecidas no mercado são:

Icaridina – vendido com a marca Exposis.

O mais potente repelente disponível no Brasil é aquele à base de Icaridina, ele tem a concentração de 25%. Por ter necessidade de menos reaplicações, esse repelente é considerado o melhor. “Quanto menos vezes passar, melhor, pois há um risco menor de reação sistêmica, além de reduzir o risco de alergias na pele”, diz a dermatologista. Há um repelente desses específicos para crianças, que pode ser usado acima dos dois anos.

Esse repelente, no entanto, é um dos mais difíceis de encontrar, já que se esgota rapidamente das farmácias.

Tempo de ação: até 12 horas.

DEET – comercialmente conhecidos como Off, Autan, Repelex, entre outros.

É o repelente comum, presente na grande maioria das marcas. Segundo o dermatologista Leonardo Abrucio Neto, do Hospital Beneficência Portuguesa, existe a suspeita de que o DEET não seja tão eficiente para repelir o mosquito da dengue, já que eles poderiam se tornar imunes ao princípio ativo. Para outros insetos, como outros tipos de mosquitos e pulgas, ele afirma que o DEET é eficaz.

É importante ressaltar que o tempo de reaplicação do repelente deve ser respeitado, de acordo com as recomendações do fabricante. Não é permitido aplicar mais do que três vezes ao dia, por aumentar o risco de absorção e de toxicidade.

A dermatologista diz que há repelentes à base de DEET específicos para crianças, com concentração menor do princípio ativo. Os produtos infantis trazem de 6% a 9% do princípio ativo. A razão? As crianças têm uma pele mais permeável, que permite uma absorção maior – e mais nociva – das substâncias tóxicas. Respeitar o rótulo e só aplicar repelentes destinados à idade das crianças protege os pequenos. Para os adultos, a concentração gira em torno dos 14%.

Tempo de ação: até quatro horas.

IR 3535
O repelente à base de IR 3535 é indicado para bebês acima de seis meses. Todos os outros repelentes só podem ser usados depois de dois anos de idade por causa da toxicidade. Por ser uma substância com menos risco de alergias e intoxicação, é indicado para tão pouca idade.

Abaixo de seis meses é totalmente contraindicado. O ideal é, abaixo de dois anos, usar mosquiteiros.

Tempo de ação: até quatro horas

Nos mercados e farmácias, é possível encontrar repelentes em diferentes texturas, como spray, gel, creme ou loção. Não se preocupe, todos têm a mesma eficácia. Quem preferir o produto em spray deve tomar cuidado na hora de aplicar na criança para não espirrar diretamente no rosto. Coloque o repelente nas mãos e depois aplique. Como a criança tem uma pele mais sensível, vale lembrar que os pais nunca devem deixar os filhos dormirem com o repelente no corpo, pois ele não deixa de ser um produto tóxico.

Outra dica é não passar repelentes e filtros solares ao mesmo tempo. Isso evita causar danos à pele da criança. Primeiro passe o protetor solar, aguarde 30 minutos para que a pele o absorva e, depois, aplique o repelente próprio para cada faixa etária.

Repelentes naturais, como óleos de andiroba, eucalipto e citronela, são eficazes, no entanto, protegem por pouco tempo. Para ser mais eficiente, deve ser aplicado a cada duas horas, e a indicação é para crianças acima de dois anos.

Também existem dispositivos que emitem ondas de ultra-som ou eletromagnéticas para repelir insetos. Os elétricos só funcionam em ambientes fechados, e pode ser necessário mais que um aparelho para cobrir toda a área. Também é preciso haver uma porta ou janela aberta para os insetos saírem do cômodo.

Como o som é inaudível para os seres humanos, eles aparentemente são seguros para o uso com bebês. Começam a surgir também modelos a pilha, que podem ser levados com a pessoa ao ar livre, mas nesse caso a eficácia não é garantida.
A cada idade 

Segundo a presidente do Comitê de Dermatologia da Sociedade de Pediatria do Estado do RJ, Ana Mósca, pais devem estar atentos a algumas especificações antes de usar repelente nos pequenos. Confira.

0 a 6 meses 

Não deve ser usado repelente. Isole a pele com óleo infantil, que ajuda a evitar que o mosquito identifique o cheiro do suor do bebê. O ideal é deixar a pele oleosa. Use telas de proteção na janela e mantenha ambientes fechados.

6 meses a 2 anos 

O ideal é continuar evitando o repelente. Se houver necessidade, prefira usar o produto na roupa da criança antes de vestí-la. Nesse caso, opte por repelentes à base de termetrina, menos tóxico do que o D.E.E.T.

2 a 7 anos 

Use repelentes com moderação. A concentração deve ser menor do que 10% e o produto só deve ser utilizado em áreas expostas do corpo. O ideal é usar ao entardecer, quando há maior circulação de mosquitos. Aconselha-se no máximo duas vezes por dia.

7 a 12 anos 

Ainda deve ser usado o tipo infantil, mas o uso já é mais liberado. Use até três vezes por dia somente nas áreas expostas do corpo.

A partir dos 12 anos 

Pode ser usado o repelente comum, para adultos. O uso também deve ser de três vezes ao dia no máximo.

            

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Priscila Correia

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