Aventuras Maternas

Dormir agarradinho é bom, mas não pode ser uma rotina com as crianças

familiaPor mais que a gente jure por todos os santos que nunca vamos dormir com nossos filhos na mesma cama, não tem muito jeito, é quase irresistível deitar agarradinho com o pequeno dando aquele cheirinho que só mães sabem como é.  Afinal, aquele sentimento de proteção, de saber que seu pequeno está a salvo de qualquer problema é algo que nos acompanha 24 horas por dia. Além disso, é um conforto saber que está tudo bem com o filhote até enquanto ele está dormindo. Por outro lado, também sabemos como o hábito pode ser prejudicial para a criança e para a vida de casal também.

Vamos começar falando pelo lado da criança… A psicóloga Andrea Montenegro explica que quando o filho passa a noite no seu próprio quarto, o mesmo acaba tendo um melhor desenvolvimento no que se refere a autonomia, autoconfiança e individualidade. Além disso, é sempre bom ensinar, desde cedo – e de quando ele comeca a ter compreensão para tal -,  as responsabilidades que eles devem ter, como manter o quarto limpo e arrumado, um horário reservado para assistir TV e estudar (muitas vezes, a TV do quarto dos pais fica ligada enquanto a criança já deveria estar repousando) e o momento certo para dormir. Afinal, crianças ainda devem ir para a cama mais cedo que adultos, não é mesmo?

Andrea lembra também sobre os problemas que deixar o filho no quarto dos pais podem gerar para o casal. O maior deles é a falta de individualidade e privacidade do casal. O casal deixa de ser só um casal, vira um quarto de família. Na minha opinião, desde o primeiro dia em que a mãe chega em casa com o bebê, ele deve ir para seu quarto, dormir no seu berço com os seus brinquedos, suas coisinhas. É o espaço só dele.” Alguns casais chegam a colocar uma cama separada para o filho ficar no quarto. Entretanto, o resultado negativo, tanto para os pais quanto para a criança, é o mesmo. “No quarto dos pais, mesmo que em uma cama separada, a presença da criança continua mudando a rotina do casal, como homem e mulher. A individualidade e privacidade dos dois continua não existindo.”, alerta a psicóloga.

Mas e se eles estiverem doentes? “Obviamente que algumas situações são exceções”, explica a psicóloga. Entretanto, a não ser que a criança precise ser “vigiada”, como em casos de febres ou sintomas mais sérios, fique com ela no quarto, cuide-a, mas depois volte com ela para o seu espaço.

Portanto, ainda que seu coração grite para levar seu filhote para dormir juntinho, pense antes de mais nada no que isso pode acarretar no futuro, tanto para ele quanto para você e seu marido. Tudo é claro, sem grandes dramas ou radicalismos. Curtir uma soneca junto com seu filho de vez em quando é gostoso, mas isso não deve se tornar uma rotina que implique em choros e frustrações por parte da criança quando não acontecer mais.

                              

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Priscila Correia

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