Você já ouviu falar em Síndrome HELLP? Trata-se de uma complicação obstétrica com risco de morte, considerada uma variação da Pré-Eclâmpsia. A doença é motivo de preocupação para muitas gestantes que apresentam pressão alta na gravidez, porém, apesar do alto risco, um bom pré-natal sempre a detectará, segundo a Dra Nancy Ribeiro, coordenadora do ambulatório de pré-natal da Maternidade-Escola da UFRJ.
“A principal forma de prevenção e diagnóstico é o pré-natal iniciado precocemente e de forma regular, atento à história da paciente, aos resultados laboratoriais e às alterações da pressão arterial. Estas, se presentes, merecem vigilância contínua em ambiente hospitalar, quando indicado”, aponta.
Ocorrendo a partir da segunda metade da gestação, a pré-eclâmpsia é uma doença evolutiva inicialmente leve, caracterizada pela pressão alta durante a gravidez. Ela pode progredir para grave, terminando com a instalação da Eclâmpsia, onde há presença de convulsões.
A Síndrome HELLP é uma variante da Pré-Eclâmpsia grave ou Eclampsia. O termo HELLP é um acrônimo em inglês, baseado nos três critérios estabelecidos para seu diagnóstico: H –hemolysis (destruição dos glóbulos vermelhos); EL –elevated liver enzymes (enzimas do fígado elevadas); LP – low platelets (queda do número de plaquetas).
Ao contrário do que muitos pensam, essa síndrome não é exclusividade de gestantes hipertensas crônicas (aquelas que já apresentavam pressão arterial elevada antes da gravidez), esse grupo torna-se de risco para o aparecimento da Pré-eclâmpsia superajuntada, ou seja uma doença em cima da outra.
De acordo com a obstetra, são fatores de risco: primeira gestação, idade materna avançada (>40 anos), histórico familiar de Pré-Eclâmpsia (principalmente mãe e irmã), histórico de Pré-Eclâmpsia em gestação anterior, obesidade no início da gestação, hipertensão arterial crônica, diabetes, gemelidade, parceiro novo e uso de métodos de fertilização assistida.
Até hoje não se conhece a verdadeira causa da Pré-Eclâmpsia. Inúmeras teorias já foram propostas para explicar o aparecimento da doença, mas nenhuma conseguiu explicá-la na sua totalidade, uma vez que ela é multissistêmica (o organismo materno apresenta alterações em vários orgãos : rim, sistema cardiovascular, fígado, cérebro, sangue, alterações hidroeletrolíticas e uteroplacentárias).
Portanto, fique atenta aos sintomas e avise qualquer alteração ao seu médico, que para o diagnóstico deve seguir os seguintes critérios, de acordo com Nancy, que lida há 46 anos com gravidez de alto risco: “Pressão arterial em níveis iguais ou maiores que 160 x 110 mmHg, presença de pelo menos 300mg de proteína em urina colhida durante 24h, dor de cabeça persistente e turvação visual. Suspeita-se da instalação da síndrome HELLP pela presença de dor no estômago persistente que, associada a exames de laboratório que mostram hemólise (quebra de glóbulos vermelhos), aumento das enzimas do fígado e diminuição do número de plaquetas, fecham o diagnóstico”, indica a obstetra.
Os riscos para a mamãe e para o bebê
À medida que a doença se agrava, o risco materno torna-se maior, podendo chegar à morte. Na vigência da Síndrome HELLP, uma das complicações mais temidas é a hemorragia. Já o risco para o bebê decorre do crescimento intrauterino restrito devido à implantação defeituosa da placenta.
Sendo assim, a única forma de acabar com a doença é a interrupção da gravidez, levando em consideração o risco e benefício da mãe e do feto. Com isso, ajunta-se a prematuridade do recém-nascido, cujos riscos dependem da idade da gravidez e da saúde do feto. O tratamento, muitas vezes, exige o concurso de profissionais de várias especialidades somados ao obstetra, como o anestesiologista e o neonatologista, além de todos os recursos necessários para o atendimento às complicações.
O parto
Sendo possível, a indução do parto por via vaginal é sempre preferível, estando a paciente devidamente medicada com antihipertensivos e anticonvulsivantes. Tudo com o perfeito monitoramento do feto e da mãe. Se não há condição para parto vaginal e a cesariana se impõe, a paciente deve ser compensada clinicamente antes da cirurgia, com estabilização da pressão arterial e correção do número de plaquetas através de transfusão de sangue.
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