Aventuras Maternas

UNICEF e Johnson & Johnson se unem em apoio às famílias com bebês com microcefalia e outras deficiências

Captura de Tela 2016-07-20 às 18.38.26O UNICEF e a Johnson & Johnson (J&J) anunciaram hoje uma nova iniciativa para apoio às gestantes, às famílias e aos cuidadores de crianças com síndrome congênita do zika (SCZv, conhecida como microcefalia) e outras deficiências.

Redes de Inclusão, uma iniciativa do UNICEF, é uma ação coordenada com governos no âmbito federal, estadual e municipal, organizações da sociedade civil como a Fundação Altino Ventura (FAV), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), outros organismos internacionais como Opas/OMS, e setor privado (Johnson & Johnson) para garantir os direitos dessas crianças e suas famílias.

A estratégia será realizada em Recife e Campina Grande, municípios com alto risco para a infecção pelo vírus zika e entre os mais críticos em relação aos números de casos de microcefalia.

“É urgente garantir os direitos à saúde e à proteção de crianças que estão nascendo com síndrome congênita do zika e outras deficiências”, diz Cristina Albuquerque, coordenadora do Programa de Sobrevivência e Desenvolvimento Infantil do UNICEF Brasil. “Após a avaliação e sistematização da estratégia, trabalharemos para que outros municípios possam adotar essa metodologia”.

O projeto será realizado em três eixos estratégicos: apoio às gestantes, às famílias e aos cuidadores; capacitação de profissionais de saúde, educação e assistência social; e atenção integral, integrada e atuação em rede.

  • Será desenvolvida uma nova metodologia de capacitação para a estimulação do desenvolvimento das crianças pelas famílias em suas residências. A metodologia será desenvolvida pelo Ministério de Saúde, UNICEF e parceiro do serviço especializado em reabilitação, a Fundação Altino Ventura.
  • Outra frente é a de capacitação de profissionais que atendem as crianças com síndrome congênita do zika e outras deficiências. Uma metodologia será criada para capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica, para orientação na estimulação do desenvolvimento das crianças em âmbito domiciliar em parceria com os municípios e com o apoio do Ministério da Saúde e da Opas/OMS. O UNICEF, o Ministério da Saúde e a Opas/OMS também criarão uma metodologia de capacitação de profissionais para o apoio psicossocial às gestantes, às famílias e aos cuidadores.
  • O projeto também atuará para o fortalecimento das redes de atendimento a essas crianças. Serão criadas linhas de cuidado para atuação conjunta entre instituições e serviços municipais e estadual das áreas de saúde, educação e de proteção social.

Avanço do vírus zika – Segundo o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até 9 de julho de 2016, foram notificados 8.451 casos suspeitos de microcefalia, a grande maioria na Região Nordeste. Dessas notificações, 1.687 foram confirmadas para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central (SNC). Outros 3.142 (37,2%) casos permanecem em investigação. Até 2014, a média histórica no Brasil havia sido de 156 casos de microcefalia por ano.

O Estado de Pernambuco continua liderando em relação aos casos de microcefalia confirmados (369), seguido da Bahia (268), Paraíba (148) e Maranhão (131). Juntos, esses Estados representam 63% dos casos confirmados na Região Nordeste (NE).

Foram confirmados 102 óbitos em consequência da SCZv, com 68% dos casos no Nordeste, sendo a maioria nos Estados do Ceará (21), Paraíba (17) e Rio Grande do Norte (15). Pernambuco, apesar de apresentar o maior número de casos confirmados, registrou quatro óbitos. Houve um incremento de 33 casos de óbito investigados e confirmados no período entre 4 de junho a 9 de julho de 2016.

Os primeiros anos de vida são decisivos para o desenvolvimento das crianças. No caso de crianças com deficiência, o atendimento adequado e a estimulação precoce são ainda mais críticos. Essas medidas ajudam a reduzir o comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor decorrentes das malformações congênitas.

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Priscila Correia

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