Aventuras Maternas

Sobre empreender e maternar

* Por Gessica Schoenemayer

Sou a Gessica, mãe e proprietária da Mamacha, empresa especializada em colares de âmbar e carregadores de bebês.
Tudo começou quando engravidei da minha filha Iara, em 2011. Estive no Peru alguns meses e pude conviver com as “mamachas”, senhoras campesinas. Elas carregavam seus bebês em tecidos artesanais pelas montanhas, pelas feiras, em todos os lados. Fiquei admirada com a forma como elas criavam seus filhos, sempre com muito contato físico.
Quando retornei ao Brasil estudei bastante sobre criação com apego e logo que minha filha nasceu foi para o sling, no colo do papai. Estudei, pesquisei, pensei muito e decidi criar a minha marca: Mamacha. Pensando em criar produtos que valorizassem o contato entre mãe e bebê e também proporcionando o cuidado natural com a criança.
Comecei a produção de carregadores de bebês e aos poucos a importação de âmbar Báltico, uma resina que funciona como um analgésico natural para crianças e adultos.
Tive muitas dificuldades no caminho, a primeira foi conseguir a separar a empresa dos cuidados com a minha filha. Como trabalho em casa, precisei encontrar uma organização e separar os horários para dar conta de tudo. No começo acabava incluindo minha filha nas atividades, deixava ela brincar com as embalagens e estar sempre próxima, quando as vendas começaram a deslanchar e o negócio começou a crescer, tive que colocar ela na escola por um tempo maior para dar conta. Mesmo assim, passei inúmeras noites sem dormir, trabalhando no computador e organizando as encomendas para o dia seguinte. As horas do dia pareciam não ser suficientes para dar conta de tudo. Junto com meu cansaço veio a separação e me vi mais sozinha com a minha filha. Busquei apoio com a minha família e amigos e continuei firme.
Foram muitos erros e aprendizados no caminho, desde conseguir acertar estoque, contabilidade, cumprir com prazos e divulgação do negócio. Enfim, foi um longo caminho para chegar até aqui. E agora sinto que estou exatamente onde gostaria de estar, trabalhando com o que amo, colhendo ótimos frutos e pertinho da minha filha, dando a atenção que ela precisa.
Acredito que nos vendem uma idéia muito romântica sobre o empreendedorismo materno, e esta é uma escolha bastante difícil. Ser mãe, empreender, ser mulher, aprender a separar e conciliar tudo. Nos cansamos no caminho, às vezes pensamos em desistir. Mas é muito gratificante quando conseguimos chegar ao nosso objetivo, mesmo com tanta dificuldade no caminho.

Hoje gostaria de dizer para outras mulheres que estão começando a empreender que vale a pena seguir seus sonhos e persistir. Mesmo que às vezes o caminho seja tão difícil ao ponto de pensar em desistir.

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Priscila Correia

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