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Depressão cresce entre os jovens

Recentemente, o desabafo do humorista Whindersson Nunes deu foco a um problema que hoje atinge cerca de 5% da população mundial: a depressão. Essa doença que já afeta 322 milhões de pessoas no mundo só deve crescer mais nos próximos anos e já está se tornando a segunda maior preocupação para a saúde pública. No Brasil, em torno de 11,5 milhões de pessoas – 5,8% da população –, convivem com a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse dado faz do país a nação com maior número de casos na América Latina e o segundo em prevalência nas Américas.

Em Minas Gerais, a depressão pode ser identificada em 11,1% da população. Uma pesquisa realizada entre 2006 e 2015 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou o aumento de 24% da taxa de suicídios dentre jovens entre 10 e 19 anos, residentes nas seis maiores cidades brasileiras (Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro), sendo a capital mineira o maior número de casos (3,13 para cada 100 mil habitantes em 2015).

Diante desse contexto e dados assustadores, muitas pessoas se perguntam como identificar e prevenir a doença. Sendo assim, a psicóloga e psicanalista Marena Petra, da Clínica Penchel, aponta as principais características e sintomas da depressão e ainda cita os possíveis tratamentos para os casos.

A depressão pode ser definida como uma doença psiquiátrica crônica e produz uma alteração do humor. Além disso, o problema é caracterizado por uma tristeza profunda e sem fim, associada à perda do sentido de vida. “Diferente dos casos de entristecimento temporário causado por frustrações cotidianas, a doença configura uma situação de potencial gravidade e que influi no aparecimento ou intensificação dos sentimentos de dor, angústia, irritabilidade, medo, insegurança, ansiedade, pessimismo, desilusão, desesperança, apatia, desamparo, desânimo, culpabilidade e baixa autoestima que persistem”, assinala a psicóloga.

Contribuindo para o surgimento de disfunções do sono, distúrbios alimentares, falta de apetite e mudanças na disposição para a atividade sexual, a depressão é uma das grandes causas do aumento dos índices de mortalidade em decorrência de complicações clínicas ou suicídios. “Para a identificação inicial da doença, é importante ficar atento à diminuição da capacidade de sentir satisfação e prazer em atividades que antes eram consideradas agradáveis, como também a dificuldade de se concentrar ou tomar decisões, a desaceleração do raciocínio, os episódios de paranoia, a fadiga excessiva, o isolamento social, o aumento do esquecimento e surgimento de dores físicas, um mal-estar injustificável e constante podem ser sintomas de depressão”, ressalta.

Marena lembra, ainda, que os quadros da doença possuem variações quanto à intensidade e duração e podem ser classificados como leves moderados e graves. “Acometendo com maior frequência as mulheres, adolescentes, crianças e idosos portadores de patologias crônicas, o rebaixamento do humor pode ter origens genéticas ou hereditárias. O problema também pode ser desencadeado por situações de ansiedade, estresse e trauma; oscilações hormonais; enfermidades sistêmicas como o hipotireoidismo; ingestão de alguns medicamentos; alcoolismo; consumo de drogas ilícitas, ou mesmo pela junção de todos esses motivos citados. Os sintomas principais se apresentam de forma semelhante em alguns pacientes como, por exemplo, uma tristeza que não dá trégua e um humor deprimido, mas os secundários podem variar muito dependendo de cada indivíduo”, esclarece.

O diagnóstico da doença é realizado de maneira clínica em consulta com um psicólogo ou psiquiatra, sendo baseado no relato dos sintomas citados e análise da trajetória de vida do paciente. “O relato e sintomas do paciente também pode ser um sinal secundário de outras patologias, por isso é recomendável que as pessoas façam a avaliação da saúde como um todo, antes de definir a indisposição como um possível quadro depressivo. No entanto, é preciso deixar claro que os sintomas não podem ser ignorados ou negligenciados por influência de dúvidas, receios ou estigmas sociais. É essencial enfatizar a relevância da procura de ajuda profissional em todos os casos”, destaca.

Petra explica que a doença pode ser tratada por meio do acompanhamento psicológico e também psiquiátrico, em um trabalho conjunto. “Casos mais leves podem não necessitar da indicação de medicamentos, contando apenas com um tratamento baseado na recomendação da prática de atividade física e psicoterapia. No entanto, quando a disfunção está provocando prejuízos intensos nas áreas social, profissional e física, o uso de antidepressivos e ansiolíticos pode ser necessário. Enfim, para vencer a depressão, é preciso se planejar e colocar em prática uma forte mudança nos hábitos e costumes diários, tentando investir em uma vida mais saudável e, além disso, trabalhar uma perspectiva diferente relacionada ao olhar sobre os obstáculos cotidianos”, conclui.

Informações: Assessoria de Imprensa

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Priscila Correia

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