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Coronavírus: confinamento pode diluir relações. Saiba como evitar!

A convivência dentro de um isolamento forçado e sem um prazo determinado para acabar, tende a gerar estresse, irritação, exaustão e esgotamento emocional, seja por medo de contrair o vírus, temor de perder o emprego, tensão por lidar com as pressões do trabalho home office, irritação com as crianças em casa em busca de distração e ainda ter de lidar, cuidar e manter a convivência matrimonial para preservar o relacionamento amoroso.

Segundo Flora Victoria, mestre e Psicologia Positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia e Embaixadora da Felicidade no Brasil pela World Happiness Summit, normalmente não percebemos, mas a nossa própria interpretação sobre os fatos é que produz resultados bons ou ruins em momentos desafiadores. “Muitas vezes potencializamos algo negativo ao invés de enxergarmos o lado bom de determinada situação”, afirma a especialista.

Casamento à perigo?

Enfrentar o isolamento social tem se mostrado uma dificuldade para pessoas no mundo todo. De acordo com sites chineses de notícias, o confinamento por causa do Covid-19 aumentou o número de divórcios no país. Xi’am, capital da província de Shaanxi, com 12 milhões de habitantes, por exemplo, registrou recorde no número de pedidos de divórcio nas últimas semanas.

Não dá para saber se no Brasil se o comportamento se repetirá, mas o momento exige cuidado redobrado tendo em vista que a convivência em confinamento tende a aumentar os conflitos familiares. Para Flora, neste momento é preciso mudar o foco das obrigações, procurando valorizar o tempo em casa ao invés de potencializar cobranças excessivas.

“É comum o ser humano valorizar o que não tem e transferir a ideia de sofrimento a algo que ele antes almejava, como o tempo livre. Em momentos de alta temperatura e pressão emocional, é importante inverter o pensamento e as ações, direcionando o momento em casa para a positividade, visualizando assim a janela de oportunidade ao poder ver, por exemplo, os filhos pequenos se desenvolverem mais de perto e, como casal, se tornarem pais mais presentes. ”

Outro detalhe importante ressaltado por Flora, é o fato de o equilíbrio no casamento ser o ponto de equilíbrio também para todas as demais áreas, como a educação dos filhos, o melhor direcionamento das finanças e a sensação de bem-estar no aconchego do lar.

“Ao buscar o que você tem em comum com seu parceiro, com atividades que estreitem esse laço em um momento em que sobra tempo livre, o casal aprende junto a desenvolver serenidade em momentos de tensão. Cozinhar junto, fazer um pequeno reparo ou redecorar um móvel trabalhando em equipe, ajuda a desenvolver habilidades de comunicação que não se limitam à resolução de problemas pela famosa D.R. Com o reestabelecimento da vida corrida fora de casa após o fim do isolamento social, talvez não haja mais tempo para os dois viverem essa mesma rotina e, só então, poderão dar o devido crédito a lembranças que, a princípio, pareciam estressantes. Mas ao ficar no passado, passam a ser valorizadas. ” 

4 passos para o equilíbrio

Com base na psicologia positiva, Flora Victoria compartilha outras dicas valiosas para casais que buscam manter a relação saudável em época de confinamento:

  1. Aprenda a lidar com o tédio: se engajar em atividades que o casal faz bem junto e passar mais tempo offline, é uma forma lidar bem com o confinamento. Para a Psicologia Positiva, o ato de se engajar em algo com afinco, faz você viver o presente com intensidade e prazer. Isto é chamado de Flow, uma teoria desenvolvida pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que descobriu que o próprio ato de cozinhar ou de pintar algo pode trazer mais satisfação do que o próprio produto final.
  2. Use a inteligência Emocional: em situações instáveis e com alto volume de estresse envolvido não é momento de resolver questões sérias como finanças ou a mudança de direcionamento na educação dos filhos, por exemplo. O confinamento testa nossa capacidade de liderança e resolução de conflitos, assim, é sábio fazer isso no privado, usando a razão para tomar decisões em um momento mais calmo.
  3. Motivação intrínseca: a motivação que vem de dentro, ou intrínseca, é a mais poderosa que existe. Seja para manter uma dieta ou para manter seus objetivos como casal diante das adversidades. Quando trabalhamos fora, desenvolvemos motivações externas, relacionadas ao ambiente de trabalho ou vida social, como fuga para problemas que nos afetam dentro de casa. Durante o confinamento as pessoas são chamadas a olhar de frente para o que as afeta e a responderem duas perguntas: qual afeto ou admiração pelo outro nos fez construir uma vida juntos? E qual objetivo temos na construção dessa vida que nos mantêm unidos hoje? Use as respostas para não deixar que eventos externos, como más notícias no noticiário, abalem suas metas.
  4. Resiliência: O que esta situação de confinamento, uma crise financeira ou mesmo a necessidade de controlar o estresse pode ensinar ao casal? Toda a crise oferece uma oportunidade de crescimento e aprimoramento de nossas forças mentais, como a sabedoria. A capacidade de passarmos pelos desafios e sairmos mais fortalecidos deles, conhecido como resiliência, é o que leva à longevidade no casamento e à felicidade. No meu livro O tempo da felicidade, editado pela Harper Collins, mostro como a felicidade não é determinada pelas circunstâncias, nem uma utopia. E, sim, construída pelo nosso desejo de estar bem e de trabalharmos dia a dia no nosso aprimoramento interno, nosso otimismo e capacidade de engajamento em superarmos algo.

Informações: Assessoria de Imprensa.

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Priscila Correia

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