O colesterol alto tem atingido as crianças é o que mostra a pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 20% das crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos têm níveis elevados de colesterol no sangue. Ainda no mesmo estudo a SBC informa que 8% apresentam altos valores de LDL, o colesterol ruim, e 45%.
O colesterol é um tipo de gordura do sangue que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Além disso, é importante para a formação de hormônios como a vitamina D e ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação. “O colesterol é obtido por causa da alimentação, mas nosso próprio corpo também o produz. O colesterol é importante e saudável. Existem inúmeros hormônios e vitaminas, por exemplo, formados a partir dele. O problema é que em níveis altos ou sob algumas condições como o diabetes, ele se acumula na parede das artérias causando a aterosclerose”, explica a endocrinologista pediátrica Fernanda André.
Quando o nível de colesterol aumenta além do ideal, o chamamos de dislipidemia. Essa elevação causa alterações no metabolismo dos componentes de gordura do sangue.
Vários fatores podem desequilibrar as taxas lipídicas das crianças. Durante os primeiros anos de vida uma alimentação rica em gordura acompanhada de um estilo de vida sedentário colaboram para o descontrole do colesterol. Outra causa que leva ao descontrole das taxas é o excesso de peso.
A obesidade que atinge uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e 41 milhões de crianças com até 5 anos pelo mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) é um dos motivos de alterações importantes nos níveis de colesterol durante a infância. Doenças como diabetes e hipotireoidismo também podem provocar o alto índice de colesterol.
A dislipidemia é uma doença silenciosa que não manifesta sintomas, por esta razão o diagnóstico precoce é importante. Segundo a endocrinologista pediátrica Fernanda André, o processo de depósito de gordura na parede dos vasos sanguíneos arteriais de todo o organismo, desde o cérebro até os pés pode ocorrer a partir dos dois anos de idade em algumas condições. “Crianças de 2 e 8 anos com histórico familiar de colesterol alto devem ter seu perfil lipídico avaliado. Entre 9 e 12 anos todas as crianças devem ter seu colesterol avaliado pelo menos uma vez”, afirma a especialista.
O diagnóstico antecipado, também evita outras complicações. Quando não controlado, o colesterol pode levar a temíveis complicações como o infarto do miocárdio e o AVC. Para prevenir estes e outros problemas, os pequenos devem dispor de uma alimentação balanceada e ter uma rotina de atividades físicas.
Informações: Assessoria de Imprensa.