O isolamento pela covid-19 reforçou a dependência das crianças em aparelhos eletrônicos e, agora, levanta a dúvida para os pais: como evitar a exposição excessiva às telas durante o tempo livre e utilizar este período também para estimular a saúde dos pequenos?
Assim como os adultos, as crianças precisam ser fisicamente ativas para se manterem bem. Por isso, Carol Telhado, educadora física da academia Lifefit, pioneira em atividades infantis na rede, dá algumas dicas de exercícios e brincadeiras que podem ser feitos de forma criativa e divertida com a criançada, estimulando um crescimento saudável, o desenvolvimento cerebral, a coordenação motora e a sociabilidade da criançada. Confira:
- Trabalhe os estímulos
Uma atividade pode nos mostrar diversos estímulos diferentes. Sejam eles, motores, sonoros, visuais, sensoriais. Na primeira infância a criança é caracterizada como mente esponja, ou seja, ela absorve ativamente o mundo ao seu redor. A criança estimulada adequadamente tem mais capacidade de aprendizagem e facilidade em adaptar-se ao seu meio e de relacionar-se com as outras pessoas, e cada estímulo é importante para o desenvolvimento social, cognitivo e motor, pois estes serão determinantes na aquisição de novas aprendizagens. Exemplo: atividades com chocalhos, sejam eles comprados ou feitos em casa (pet + milho ou outro tipo de grão), estimulam não só o tato, a percepção visual como a auditiva também da criança. Atividades com texturas diferentes (esponjas, pedras, folhas, gel de cabelo, tinta) estimulam o sensorial. Estímulos esses importantíssimos a serem desenvolvidos no período sensório motor (0 a 2 anos) onde a criança conquista através da percepção e dos movimentos, todo universo que o cerca. - Opte por atividades a céu aberto
Explorar a natureza e brincar na rua também são fundamentais para aprender a interagir com o meio que os cerca, além de estimular a autonomia e a criatividade. É importante quebrar a rotina, saindo de casa ou clube/academias esportivas para descobrir novas experiências. Durante as viagens, optar por lugares abertos, em contato com a natureza, é uma ótima escolha. - Considere o tempo de atividade necessário para cada fase da criança
O tempo ideal para atividades físicas varia de acordo com a idade. É recomendado para crianças de 0 a 1 ano – 30 min de atividades no chão de modo interativo. Para crianças de 1 a 2 anos – 180 minutos de atividades moderadas a vigorosas, condizentes com a idade. Para crianças de 3 a 5 anos – metade do tempo de atividades físicas precisa ser reservado a exercícios mais intensos, como corridas, saltos, subidas e descidas de obstáculos maiores (escorregadores, pequenas árvores, circuitos de escaladas), bicicleta, natação. E para crianças de 5 a 17 anos – 60 minutos diários. - Faça atividades durante o dia
O melhor horário é pela manhã ou à tarde, pois a aceleração do metabolismo pode prejudicar a rotina de sono da criança. Contudo, vale ressaltar que a prática de atividade física faz bem para o sono, pois ajuda a reduzir a ansiedade, regula a respiração e garante bem-estar físico e mental.
Carol Telhado reforça, ainda, que a criança fisicamente ativa tem maior probabilidade de se tornar um adulto também ativo. E promover a atividade física na infância significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida. “O resultado é sempre bom: combate a obesidade infantil, auxilia no controle da ansiedade, depressão, aumenta a capacidade cardiorespiratória, fortalece a estrutura óssea, contribui para o desenvolvimento social. E não é preciso de um lugar ou até mesmo um material específico para a atividade física. Atividades com o corpo – que estimulam inclusive a noção/consciência corporal -, são de muita diversão! O importante é se manter em movimento, sempre com orientação e supervisão da família ou de um profissional”.
Informações: Assessoria de Imprensa.