Aventuras Maternas

Meu filho não quer mudar de escola, e agora?

Durante a infância e a adolescência é comum que não saibamos lidar com encerramento de ciclos. A troca de um colega de classe, ou mudança de escola, podem causar insegurança e ansiedade, já que, muitas vezes, essas situações estão relacionadas com a passagem para algo desconhecido. Um estudo feito pela Faculdade de Ciências Médicas de Warwick, no Reino Unido, aponta que alunos submetidos a mudanças frequentes de escolas apresentam piores níveis de saúde mental, o que pode aumentar o risco de ansiedade e até o aparecimento de transtornos mentais na idade adulta.

Um fato é que nem sempre essas transições podem ser evitadas. Uma troca de emprego dos pais, a busca por metodologias adequadas, situações de bullying, ou até mesmo dificuldades financeiras, são motivos que geralmente estão por trás da decisão de mudar de escola. Nesse cenário, trabalhar as habilidades socioemocionais dentro das instituições de ensino pode ser uma estratégia positiva para a preparação dos estudantes frente a novos desafios, como aponta Fabiana Santana, Assessora Pedagógica do Programa Líder em Mim, com foco na educação socioemocional.

“Quando pensamos em mudança de escola é preciso levar em consideração como essa instituição atua em relação ao acolhimento: há um plano inicial para receber esse estudante, sem que ele se sinta inseguro e deslocado? É importante que os pais e o aluno saibam previamente quais serão as ações e medidas para essa introdução a um novo ambiente escolar”, afirma Fabiana.

Como ajudar as crianças nesse caso

Outro ponto de atenção diz respeito à preparação dos alunos que já frequentam a escola, considerando, por exemplo, as mudanças de ciclos. A cada ano escolar, novos desafios surgem e, com eles, a necessidade de trabalhar as habilidades socioemocionais. Um exemplo prático é a mudança de classe, cenário no qual crianças e adolescentes têm que ‘abrir mão’ de amizades antigas e serem capazes de construir novos relacionamentos, a partir de acolhimento, preferencialmente positivo e espontâneo.

Escolas que entendem a importância de preparar seus estudantes para momentos de transição são capazes de proporcionar um ambiente seguramente mais estável para todos. Fabiana Santana aponta ainda que, quando toda a equipe escolar, junto aos alunos, está sensibilizada para esse momento, há uma cadeia de liderança eficaz sendo ativada e com certeza o estudante se sentirá em um ambiente saudável e estável.

“Trabalhando o desenvolvimento de competências como resiliência, autocontrole, coragem e consideração, é possível empoderar os estudantes na visão de uma liderança eficaz. Uma vez que eles já vivenciaram esse processo, podem atuar com empatia no auxílio da transição de seus colegas, o que gera comportamentos positivos para toda a vida”, completa a assessora pedagógica.

Entretanto, restringir essas ações ao âmbito escolar nem sempre é o suficiente. Um dos maiores desafios enfrentados pelos educadores para desenvolvimento das competências socioemocionais durante as transições de ciclo de aprendizagem pode estar relacionado à família e à maneira como se preparam para esse momento. “Muitas vezes, a família não entende a importância de atuar em casa com seus filhos na construção de uma relação mútua de confiança”, destaca a assessora. Para ela, é importante que exista uma sinergia entre as relações familiares e a equipe pedagógica. 

“É na busca por uma convivência saudável entre família, escola e estudantes que se encontram ferramentas eficazes para o desenvolvimento e fortalecimento de uma cultura de liderança capaz de unir todos esses elementos. Pensar em projetos que, ao longo do ano, possam criar uma ponte saudável para esse momento de transição, empoderando pais e estudantes a se perceberem e atuarem nesse processo, pode fazer toda a diferença”, conclui Fabiana.

Informações: Assessoria de Imprensa.

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Priscila Correia

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