Aventuras Maternas

Desafios nas festas de fim de ano: como ajudar crianças seletivas a aproveitar as ceias?

As celebrações de fim de ano são momentos de confraternização e alegria, mas para pais de crianças com seletividade alimentar, podem representar desafios adicionais. Estudos indicam que a prevalência de dificuldades alimentares em crianças varia entre 20% e 60% globalmente, com dados brasileiros apontando índices de 37% a 44% em diferentes regiões.


A fonoaudióloga Carla Deliberato, especialista em motricidade oral com enfoque em seletividade alimentar, destaca que ambientes festivos podem ser estressantes para crianças seletivas. “Fora de sua zona de conforto, a criança pode recusar alimentos devido aos novos estímulos, como temperos diferentes, cheiros e apresentações visuais dos pratos”, explica. Além disso, lidar com opiniões e julgamentos de familiares pode ser embaraçoso tanto para a família quanto para a criança.


Preparando a Criança para as Refeições Festivas

A pediatra Elisabeth Fernandes, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), sugere que os pais apresentem o cardápio antecipadamente à criança, utilizando descrições ou fotos para familiarizá-la com os pratos. “Manter a rotina alimentar, fazendo as refeições nos horários habituais, pode evitar fome excessiva ou irritabilidade”, aconselha. Permitir que a criança leve um alimento de sua preferência para a festa também pode proporcionar segurança e conforto.

Carla Deliberato recomenda observar as características de sabor, cor e textura que a criança geralmente aceita e tentar aproximar alimentos semelhantes. Por exemplo, se a criança aprecia nuggets, talvez apresentar um croquete seja uma opção. Se ela gosta de frango assado, pode aceitar chester ou peru. “É válido estimular a curiosidade da criança diante do alimento diferente, sem pressioná-la a comer”, ressalta.


Equilibrando Preferências e Introdução de Novos Alimentos

Durante as festas, é importante que os pais respeitem os sinais de saciedade e as preferências da criança. A introdução de novos alimentos deve ser feita sem obrigar ou insistir, oferecendo-os como uma opção, e não como imposição. “Pais e parentes comendo os alimentos com prazer na mesa podem estimular a curiosidade da criança”, observa Elisabeth Fernandes.


Conversar previamente com os parentes sobre as preferências alimentares da criança pode reduzir conflitos e garantir inclusão. “Os parentes precisam compreender que uma criança com desafios alimentares encara a aceitação dos alimentos de maneira diferente. Eles devem evitar questionar na frente da criança ou dos pais o motivo dela não conseguir comer e jamais devem forçar ou pressionar a criança a comer algo”, enfatiza Carla Deliberato.


Incluir a criança na preparação dos alimentos pode ser uma estratégia eficaz. “Dê tarefas simples, como misturar ingredientes ou decorar pratos. Quando as crianças ajudam no preparo das receitas, tendem a aceitar melhor esses alimentos”, sugere Elisabeth Fernandes.


As festas podem ser uma oportunidade para explorar novos alimentos de maneira saudável. “Ofereça alimentos cortados em formatos natalinos ou em pratos com motivos festivos, sem misturá-los ou escondê-los nos pratos preferidos da criança”, sugere Elisabeth Fernandes.


Se a seletividade alimentar persiste após os 5 anos, envolve restrições alimentares severas ou causa sinais de comprometimento do crescimento, desenvolvimento ou da saúde geral, é recomendável buscar ajuda profissional. “O tratamento deve ser sempre com um atendimento multidisciplinar.


Com compreensão, paciência e estratégias adequadas, é possível tornar as festas de fim de ano em momentos agradáveis para toda a família, respeitando as particularidades de cada criança.

Informações: Assessoria de Imprensa.

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Priscila Correia

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