Sempre falamos aqui sobre bebês e crianças pequenas, até porque nossos filhos estão na faixa dos 3 anos. Porém, existe uma faixa de idade que ainda é um mistério para quem ainda tem filhos pequenos – a pré-adolescência.
A pré-adolescência é o momento geralmente definido entre 9 e 13 anos e pode ser caracterizada como um período que antecede a entrada na adolescência. Coincide com o início da puberdade, fase na qual ocorrem mudanças biológicas, determinadas pelas alterações hormonais. Essas alterações não só causam modificações físicas como também mudanças emocionais, como mudança de interesses e de comportamento.
A menina deixa de lado seus brinquedos e quer começar a usar batom e a pintar as unhas. O menino, antes tão carinhoso, não quer mais ser beijado na porta da escola, não quer mais sair com você e fica mais introspectivo. Muitas, aos nove, começam a apresentar desenvolvimento das mamas. Nos meninos, o processo de amadurecimento é mais lento e ocorre, em média, entre dez e 12 anos.
Tanto menino quanto menina podem apresentar humores instáveis, introspecção, crises, necessidade de passar mais tempo com os amigos do que com a família, conflito com as regras. O que fazer para não transformar tudo isso em um verdadeiro pesadelo dentro de casa?
“Nessa fase, ao invés de ocuparem o lugar de ‘super-heróis’ ou de ‘sábios’, os pais são questionados pelos filhos em seus valores e condutas. A reação de alguns é querer prolongar a infância dos rebentos, falando que ‘gostariam que eles não crescessem’, que ‘tudo era mais fácil quando podiam carregá-los no colo’. Isso, muitas vezes, faz com que o adolescente se sinta ainda mais estranho em suas mudanças. É preciso entender que, naturalmente, eles precisam de um pouco mais de privacidade para irem descobrindo seu novo modo de ser”, explica a psicóloga Adenete Miranda.
É preciso respeita esse momento e buscar alternativas para se adaptar a essa nova realidade, sem “bater de frente” com os jovens. Segundo especialistas, a pré-adolescência se apresenta de forma diferente para cada adolescente. Uns podem se sentir amados quando os pais lhe servem um lanche enquanto estudam, ou lhes cobrem com a coberta enquanto assistem TV. Outros se sentem amados ao ganharem presentes, como aquele sapato desejado, ou o novo controle de videogame. Também existem aqueles que esperam que seus pais passem um tempo junto deles, seja vendo um filme em casa, ou deitando na cama pra conversar, ou ainda fazendo passeios.
A maior dúvida dos pais, porém, é sobre como orientá-los, já que as portas para o diálogo muitas vezes se fecham e tudo o que eles dizem soa como uma bobagem ou um incômodo. Pais que têm como prática o diálogo com os filhos desde a infância terão menos dificuldades de passar por essa fase. “Viver sem diálogo por anos e esperar que os filhos parem para escutar só porque você tem mais coisas para orientar ou se preocupa com as escolhas que podem surgir é como ter deixado o barco à deriva durante anos e querer segurar o leme no momento em que a cachoeira já está próxima”, alerta Adenete.
A medida certa para isso é dar liberdade com segurança. Os pais devem se tornar “observadores ativos”, ou seja, manter uma certa distância, observar mais e estar atentos para interferir.
Eu tenho duas sobrinhas, Maria Clara de 9 anos e Maria Eduarda de 10. Elas já estão desenvolvendo o seu corpo e com interesses em programas diferentes dos menores. Monster High, Violetta e outros programas adolescentes da Disney Channel são a nova modinha. De acordo com as meninas, eles as transportam para um universo onde gostariam de estar: meninas fashions, romances, festas e muita música. Qual adolescente nunca sonhou em ser cantora ou atriz?
E as pulseirinhas de borracha? Isso é uma febre! Acho bacana, pois desenvolve a criatividade delas. Cada dia uma pulseira diferente, elas vendem pra juntar dinheiro para sua nova meta: irem pra Disney!
É engraçado porque elas já sentam conosco, se metem nas conversas e agem como se fossem adultas. Eu era assim mesmo, rs. Elas também têm responsabilidades. Ajudam a cuidar dos irmãos mais novos, dão banho, se preocupam com a alimentação, acompanham nas festinhas e ajudam a levar pra escola. Elas querem ser úteis! Se sentem importantes fazendo isso.
Eu, particularmente, acho o máximo. Eu cresci com senso de responsabilidade, quis trabalhar cedo para ter minhas próprias coisas e sempre tive curiosidade em aprender e saber mais. Acho que isso foi bom para o meu desenvolvimento e pro ser humano que sou hoje. Acho que esse senso de responsabilidade, sem deixar de lado a infância é o equilíbrio ideal.
Portanto, da próxima vez que seu filho quiser participar e ajudar, deixe ele tentar!