A chegada do aniversário de um filho é um misto de alegria, ansiedade, preocupação e expectativa. Em muitos casos, quando ele ainda é um bebê, a festa sempre é dos pais. Por mais que a gente escolha um tema que a criança curta, no nosso inconsciente estamos fazendo uma festa do nosso jeito, como se fosse nossa, para os nossos amigos curtirem. O bebê mesmo nem vai entender. No máximo, vai ficar feliz ao ver a Galinha Pintadinha…..ou não.
Mas quando a criança cresce, ela começa a ir às festinhas dos primos e amiguinhos, e começa a pedir a sua própria comemoração. Eu achava que o Arthur ainda iria demorar a “pedir”, mas antes de fazer 3 anos ele já questionava: Hoje é a minha festa? Essa é a minha festa? Enfim, comecei a ter que pensar em algo um pouco maior de que um “bolinho”.
A minha maior dúvida era: gasto dinheiro em uma casa de festa ou faço algo mais caseiro? Ao observar os aniversários que fui ao longo do ano, a minha dúvida se tornou ainda maior. Foi no aniversário do meu enteado, que ligou o meu sinal de alerta. Ele ia todos os finais de semanas à aniversários em casas de festas, brincava até não poder mais e não queria nunca ir embora. Sempre pedia que seu aniversário fosse em uma dessas casas e com o tema de heróis. Os pais, então, decidiram fazer a tal festa. A criança participou de tudo, contou os dias, falava o tempo todo disso. E, quando, finalmente chegou o dia…..ele começou a chorar e queria ir embora!!!!
Imagine a frustração dos pais nesse momento! O meu marido, fã dos heróis da Marvel, estava tão feliz e orgulhoso com a festa, que tinha até contratado um Homem de Ferro de verdade, com roupa original para fazer uma surpresa pro filho. Nem ele e nem a mãe sabiam o que fazer. Nós conversamos, levamos nos brinquedos, o deixamos sozinho um pouco….e nada. Ele nem chegou perto do Homem de Ferro – que foi a sensação da festa -, e quase não cantou parabéns. Meu marido ficou destruído de tal forma, que prometeu que nunca mais faria outra festa.
Agora eu te pergunto: o que aconteceu??? Na semana seguinte, ele foi em uma psicóloga que ressaltou que por ele ser tímido em excesso, quando viu toda a atenção voltada pra ele entrou em pânico. Normal, ele é criança. Agora, o que restou foi trauma nos pais ou melhor no pai.
Outra coisa que me chamou a atenção foi o Arthur, que ama o Homem de Ferro, entrar em pânico quando viu o personagem em “carne e osso”. O menino chorava e não queria sair do meu colo. A mesma coisa aconteceu na festa do Frozen da minha sobrinha. Ele ama a Elsa e quando viu a personagem queria ficar perto, mas no meu colo. Depois passou dias falando dela feliz da vida. Vai entender! Minha teoria é que; por mais que ame os personagens, ao vê-los se materializar na sua frente, eles entram em choque! Isso me fez desistir da ideia de investir em casas de festa ou personagens vivos.
Um exemplo positivo foi a festa do Théo, da minha amiga e sócia Priscila. Ele escolheu o tema dos 3 anos dele –Shrek, cavaleiros e dragões. A festa beirou a perfeição. A Priscila e a Lourdes (avó) são especialistas em festas e foram cuidadosas em todos os detalhes. Quando o Théo chegou, ele ficou boquiaberto, extasiado e falou: mamãe, isso era tudo o que eu queria!!!! Pronto! Que mãe não gostaria de ouvir isso? O mundo podia acabar ali, que seria perfeito!
O aniversário não foi em casa de festa, não tinha aqueles brinquedos modernos e, sim, animadores especializados com brincadeiras lúdicas, daquelas que adorávamos quando éramos crianças. Todo mundo se divertiu horrores!
Bom, eu poderia falar aqui das outras festas, mas o texto ficaria longo demais. Esses exemplos foram os que mais me chamaram atenção e me fizeram pensar: será que vale a pena fazer um festão com eles tão pequenos? Estamos fazendo a festa pra eles ou para nós? Quais as expectativas que geramos com essas festas? E as frustrações que ficam se algo não sai como nós queremos?
Depois de muito analisar, resolvi fazer uma coisa que o Arthur sempre pede – um piquenique. É para ser simples, mas com o tema que ele escolher, e as coisas que ele gostar. Lá as crianças poderão brincar livremente e eu não vou ficar presa àquela preocupação de: os convidados estão sendo bem servidos? Como o Arthur está reagindo? Etc. Vou levar comidinhas leves e saudáveis, uma decoração bacana, chamar a família e amigos íntimos, cada um leva a sua cadeira e vamos nos divertir. Sem preocupação, etiquetas ou regras. Ou seja, sem frustrações!