Aventuras Maternas

Doenças antigas, mas ainda perigosas

2900-904148-healthy_hero_460x300O inverno é um período de muitos problemas de saúde. É nesta época que aparecem inúmeros doenças, como gripes e resfriados. E as crianças, por serem mais sensíveis, acabam sendo as mais prejudicadas. Além dos incômodas mais comuns para essa época oriundos de alergias infantis, há também novos surtos de doenças que retornara,, como os de coqueluche e caxumba, que foram muito registrados esse ano.

A médica pediatra e infectologista Cristiana Meirelles, diretora e fundadora da HomePed, explica que dentre as doenças mais comuns no inverno, algumas merecem atenção redobrada, como as viroses respiratórias e as crises de asma, que são mais comuns do inverno. Dentre as viroses, a bronquiolite e a pneumonia são as que merecem especial atenção, pois são quadros mais graves que podem debilitar as crianças e evoluir com complicações bacterianas.

Esses problemas acima podem parecer comuns, uma vez que todos os pais já passaram por isso em algum momento com seus filhos. Entretanto, é sempre bom lembrar sobre a importância de consultar um medico cada vez que a criança apresentar algum quadro fora da normalidade. “O risco da automedicação é grande, principalmente na faixa etária pediátrica, em que as medicações são calculadas de acordo com peso e idade. Além disso, muitos remédios, como os sintomáticos antigripais, são proibidos para uso em crianças, podendo causar inúmeros efeitos adversos.”, comenta a médica. Ela lembra, ainda, que alguns remédios jamais devem ser passados para crianças, como alguns descongestionantes nasais, antigripais e antibióticos, que são de uso restrito a adultos e não devem ser prescritos para crianças.

Além dos males “comuns” do período, algumas das famosas doenças infantis, que quase toda criança tem em algum momento, voltaram a aparecer, como a coqueluche e a caxumba. Cristiana explica que a volta dessas doenças se deve, principalmente, pela falta de imunização de jovens e adultos. A caxumba é prevenida pela vacina tríplice (ou tetravalente) viral e são necessárias duas doses para proteção eficaz. Muitos adolescentes, por exemplo, só receberam uma dose da vacina com um ano de idade, estando susceptíveis à infecção. Já a vacina contra coqueluche faz parte da tetravalente (penta ou hexavalente) bacteriana e é aplicada em crianças, em um esquema com cinco doses, até os cinco anos de idade. No entanto, a proteção não é duradoura e muitos adultos acabam por contaminar-se pela bactéria e transmitir a bebês ainda não imunizados.

Entre os sintomas, a caxumba pode ser assintomática (sem sintomas aparentes) ou cursar com febre, calafrios, fraqueza, dores de cabeça, musculares e ao mastigar ou engolir. Uma das principias características da doença é o aumento das glândulas salivares, como a parótida (parotidite), que faz o rosto inchar. Já os sintomas de coqueluche acontecem em três estágios, especialmente em crianças mais novas. Na primeira fase (catarral), que pode durar até duas semanas, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, com espirros, coriza, tosse, lacrimejamento ocular e febre baixa. Na segunda fase, com duração de duas a quatro semanas, há acessos de tosse finalizados por inspiração forçada e prolongada (grito agudo), vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar. No terceiro estágio (convalescença), os acessos desaparecem e dão lugar à tosse comum.

Mas vale lembrar que, além da caxumba e da coqueluche, outras doenças, como dengue, cólera, malária, Ebola e poliomielite, estão voltando a aparecer no mundo. Essas doenças, chamadas de reemergentes, retornam devido a fatores como a intervenção do homem nas florestas, o aquecimento global (aumento da proliferação dos mosquitos vetores) e catástrofes climáticas. Por isso, todo cuidado com a menor mudança de comportamento e saúde da criança é fundamental.

Para finalizar, a medica complementa informando que, “tão importante quanto o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas doenças, destacam-se as medidas de prevenção como vacinação, lavagem frequente das mãos e contato limitado com pessoas doentes”. Afinal, quando se trata de crianças, todo cuidado deve ser redobrado.

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Priscila Correia

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