Há alguns meses relatei a angústia de ter descoberto um caroço no seio e a correria para fazer a bateria de exames. Pois bem, passados três meses, estou hoje me recuperando da minha segunda cirurgia – uma mastectomia total – e na expectativa de como vai ser o meu tratamento de quimioterapia e radioterapia.
Apesar de o meu câncer estar na fase inicial, os dois nódulos estavam em posições diferentes e já eram invasivos, por isso tive que retirar também o linfonodo sentinela, que me acarretou muita sensibilidade no braço e uma recuperação mais dolorida.
Pois bem, não estou aqui para chorar ou lamentar a doença. Pelo contrário, estou aqui pra dizer o quanto aprendi. Não só eu, mas como a minha família toda. Percebi como é gritante o número de mulheres com câncer de mama, em tratamento e/ou mastectomizadas. Sou mais uma em meio a milhares de mulheres que passam por isso.
Este é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. No ano de 2014 ocorreram 57.120 novos casos de câncer de mama no Brasil, sendo superado apenas pelo câncer de pele. No ano de 2013, segundo o Inca, 14.207 mulheres morreram por causa do câncer de mama e 181 homens também morreram por câncer de mama. O câncer de mama no homem é raro e representa menos de 1% dos casos, e o principal sintoma é um nódulo endurecido atrás do “bico” do peito, principalmente em pacientes acima de 50 anos de idade.
Durante os exames e a expectativa da segunda cirurgia, vivemos momentos de angústia, pois minha irmã, Letícia, estava no final da gestação em Maringá (PR), com o líquido amniótico baixo e necessitando de repouso absoluto. Minha mãe teve que ir para lá às pressas, enquanto fiquei aqui com a minha outra irmã, Camila, e meu marido. Não sei se já falei sobre a Camila, mas ela tem três filhas – as Marias – e ainda administra o consultório da minha mãe. Pois essa garota se desdobrou em mil pra dar conta de tudo e me acompanhar em médicos e exames. Foi uma logística doida para dar conta das filhas dela e do meu Arthur. Mas com a ajuda de todos conseguimos fazer tudo com sucesso.
No dia da minha cirurgia, uma segunda (17), ela estava lá comigo e não arredou o pé até eu sair da operação. Minha mãe chorava em Maringá, pois queria estar comigo, mas também tinha que cuidar da Letícia. Meu marido saiu do trabalho e ficou ao meu lado o tempo todo, bem como a minha sogra, tia, cunhada e minhas outras irmãs. O hospital parecia um estádio lotado.
Para aumentar o nervosismo descobrimos que a Letícia faria uma cesariana de emergência na quarta-feira, ou seja, na terça-feira, ao sair do hospital, a Camila começou a correr como uma doida para me instalar na minha mãe, arrumar as coisas e pegar o avião para assistir o nascimento. Por Deus, a minha sogra e meu marido ficaram comigo e foram predominantes para a minha boa recuperação. No final das contas deu tudo certo.
Dois dias após a minha cirurgia o Arthur estava comigo, conversei com ele, expliquei que tinha cortado o “peitinho”, mas que logo logo colocaria outro no lugar. Falei que precisaria da ajuda dele para me recuperar rápido, e graças à Deus ele foi bem compreensivo e não se impressionou com o meu estado. O fato de eu estar bem, sorridente e positiva também ajudou muito, não só a mim, mas como a todos ao meu redor. Coloquei na cabeça que não tinha “arrancado nenhum braço e nem uma perna”, que enxergava e respirava, por isso tinha que me sentir feliz e agradecida.
É chato? É. Incômodo? É. Mas vai passar. E essa experiência foi fundamental para eu reavaliar a vida que eu levava. Sempre disse isso para a Pri e meu pai (quando ele era vivo): “Você tem que se cuidar, se alimentar e desacelerar. Porque se você não parar a vida para você”. Pois bem, foi o que aconteceu comigo. Tá certo que algumas mudanças, como alimentação, ainda vão demorar a serem ajustadas da melhor forma. Disciplina exige tempo e atenção (rs). Mas o estresse, a crise de ansiedade, as brigas sem motivo…isso tudo
ficou pra traz. Aprendi a olhar pra mim, a olhar ao redor e não me importar com coisas pequenas.
Outra coisa que me chamou a atenção foi que Deus sempre dá um jeito de resolver as coisas pra você, mesmo que você esteja de repouso em uma cama. As coisas acontecem quando têm que acontecer, no momento certo e basta olharmos com cuidado e carinho para ver nelas um aprendizado e agradecer, sempre.
Oi Samy!
Que lindo o seu depoimento! Que energia boa! Que luz!
Tenho certeza que a cura só acontece quando acreditamos e vejo o quanto você acredita e confia no amor do Pai.
Desejo muita força para você durante esse período… Continue com essa garra, com essa positividade e com essa alegria de viver. Daqui a pouco tudo estará de volta ao normal e você estará ainda mais forte. Bjos! ❤️
Eu li o que a Samantha escreveu e me emocionou verdade agente tem que parar de dar importância a coisas bobas viver mas os momentos bjs
Você é uma guerreira e tenho certeza que dará tudo certo no seu tratamento.
Não tenho necessidade de estar aqui e falar coisas sem sentir, você sabe disso… Então quero deixar registrado que te admiro AINDA MAIS e que você pode contar comigo. Se precisar dá um grito que eu ajudo a cuidar de você viu? De qualquer forma eu já mandei ir praí agora mais uns anjinhos pra cuidar ainda mais de você! Bjs ! Fica com Deus !!!
Força prima, eu como a tia Ielba estamos sempre com pensamento positivo pensando em vc. Firme e forte como sempre. bjsss
Querida afilhada! Impossível não me emocionar com tuas palavras. Estou plenamente confiante na tua total recuperação. Nossos pensamentos e orações estão todos dirigidos a você. Te amo!!
Oi Samii!
Que lições de vida vc nos traz nesse momento só posso pedir a Deus por sua vida😍😘 Que o senhor te ilumine em todo o tempo e força guerreira!!