Aventuras Maternas

Seu filho é o que você come

campanha alimentacaocampanha acucarcampanha refriQuem acompanha nossos posts, sabe que defendemos uma alimentação saudável e saborosa para as crianças, não só até os dois anos, como por toda a infância. Procuramos evitar ao máximo, se não por completo a ingestão de gorduras, frituras, refrigerantes e doces (na verdade, estes últimos com muita moderação, mas confessamos ser o mais difícil).

Agora, uma campanha publicitária criada no Rio Grande do Sul alerta as mulheres sobre os efeitos que uma má alimentação pode ter sobre seus filhos recém-nascidos. Os anúncios, que serão lançados oficialmente na próxima segunda-feira (21), já repercutiram até mesmo no jornal britânico Daily Mail.

As imagens que mostram mães amamentando seus bebês com os seios substituídos por alimentos como hambúrgueres, refrigerantes e doces, com o slogan: “Seu filho é o que você come” chocam bastante. E a intenção é exatamente esta. Mostrar como as mulheres podem prejudicar os filhos com uma má alimentação durante a gestação.

Para a gente, a campanha vai além. Se nos sentimos enojadas de pensarmos em nossos bebês ingerindo isso pelo leite materno, como podemos dar mamadeiras com refrigerantes ou sucos de pó químico ou oferecer sanduíches com maionese e batata frita para pequenos que ainda estão se acostumando com os sabores do legumes e das frutas?

“A gente quis deixar bem claro que tudo que a mãe estiver consumindo, na verdade, indiretamente, vai ser o que filho dela estará ingerindo. A gente buscou meio que chocar, causar uma espécie de perturbação mesmo”, diz o publicitário Marcio Blank, diretor de criação da Agência Paim, responsável pelas peças.

Encomendada pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SP-RS), a campanha será veiculada através de cartazes espalhados em hospitais e consultórios de pediatria de Porto Alegre. Em breve, a intenção é espalhar as imagens em anúncios de jornais.

A médica do Comitê de Nutrologia da Sociedade de Pediatria, Berenice Lempek dos Santos, destaca a importância da alimentação nos primeiros mil dias de vida do bebê – que incluem os nove meses de gestação e ainda os dois anos após o nascimento. Uma dieta inadequada durante a gestação e a amamentação pode ter consequências ruins para a criança.

“A alimentação da gestante pode influenciar o desenvolvimento do bebê, tanto no nível cerebral quanto estrutural. O que a mãe come passa para o leite materno. Se a mãe tiver uma alimentação saudável, o leite materno será saudável também”, explica ela, que atua com nutrologia pediátrica no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Segundo a médica, nesse intervalo de mil dias é o momento em que o crescimento cerebral é mais intenso. Ainda dentro do útero da mãe, o feto já é capaz de distinguir diferentes sabores presentes no líquido amniótico. Essa “memória” pode influenciar a alimentação da criança pelo resto da vida, diz ela. “Quanto maior a variedade da alimentação da mãe, melhor vai ser a alimentação da criança na infância e depois na vida adulta”.

Quando consumidos durante a gestação e amamentação, alimentos que contém gordura trans, por exemplo, podem influenciar as crianças a se tornarem obesas. Além disso, estudos indicam que crianças que tiveram uma alimentação inadequada têm maior tendência a desenvolverem doenças como diabetes e hipertensão na vida adulta.

A médica diz que, para ter uma dieta saudável e equilibrada, a mãe precisa comer alimentos como frutas, verduras e peixes. Além disso, é preciso fazer um pré-natal adequado e seguir o acompanhamento médico durante a amamentação do bebê. Esses cuidados na infância vão estimular hábitos saudáveis que podem durar para a vida toda da criança.

“A mãe precisa acompanhar o ganho de peso durante a gestação e manter esse acompanhamento com o médico durante a lactação. Quando começam a amamentar, as mães param de ir ao médico. Para a criança, o ideal é que a mãe mantenha o aleitamento materno exclusivo até seis meses e faça a introdução dos alimentos na idade correta. E tentar retardar ao máximo o consumo de alimentos industrializados”, conclui a médica.

Fonte: G1

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Priscila Correia

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