Aventuras Maternas

Livro trata sobre o ensino das línguas estrangeiras

livro inglesDo you speak English? A temida pergunta – que ecoou com mais ênfase durante a Copa do Mundo 2014 e continua presente nas Olimpíadas Rio 2016 – é ouvida diariamente em nossos aeroportos, restaurantes, museus, táxis, ruas… Mas a fama de monoglota do brasileiro, obstáculo que trava a comunicação, pode estar com os dias contados. “É possível avançar para além do verbo to be no ensino de inglês nos ensinos fundamental e médio”, anunciam as primeiras linhas de Faça a diferença: ensinar línguas estrangeiras na educação básica, livro que analisa os problemas no ensino de idiomas (inglês, espanhol, francês, alemão…) nas escolas públicas e privadas do Brasil e busca soluções práticas para superá-los.

“Professores, especialmente os das escolas públicas, sofrem de problemas relacionados com a falta de motivação dos alunos, a indisciplina em sala de aula, o desnível entre alunos na mesma sala e o desafio de fazer valer a necessidade da disciplina de língua estrangeira frente à direção da escola e professores de outras matérias. Dessa forma, o objetivo da obra é ajudar aquele professor de idiomas que busca fazer a diferença, mas que se sente solitário nessa jornada, sem orientação”, defende Laura Miccoli, uma das organizadoras e autora dos capítulos “Valorizar a disciplina de inglês e seu trabalho de professor” e “Tratamento do erro na produção do aluno”. Assim, a publicação – organizada pela pesquisadora em parceria com Alex Garcia, autor do capítulo “A língua estrangeira no ambiente escolar” – volta-se a educadores que buscam renovar suas aulas, criar novas dinâmicas em sala e dar mais sentido ao trabalho que realizam com os alunos, aprimorando o ensino comunicativo de línguas na educação básica e viabilizando uma aprendizagem verdadeira.

Os pesquisadores convocaram um time de especialistas: Ana Maria Ferreira Barcelos, Walkyria Magno e Silva, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva, Daniel Fernando Rodrigues, Eliane H. Augusto-Navarro, Ronaldo Lima Jr., Rosely Perez Xavier, Ronaldo Corrêa Gomes Jr., Luciana de Oliveira Silva e Douglas Altamiro Consolo  discorrem sobre temas complementares, estruturados em três vertentes:

1.     aspectos contextuais e extraclasse, com foco em planejamento. “Sem planos, não há direção, e, sem direção, não há metas a alcançar. Por isso, o professor deve traçar um caminho para trilhar com os alunos, e estes, por sua vez, devem percorrê-lo buscando encontrar as próprias trilhas de aprendizagem”, ressaltam os organizadores da obra;

2.       o ensino propriamente dito, como ensino comunicativo de vocabulário, gramática, leitura e escrita;

3.       o tratamento do erro e a avaliação formal como áreas de aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem.
Embora apresente vasta teoria, o livro elenca práticas de ensino que fomentam a motivação de professores e alunos, enfatizando métodos eficientes de como empregar as tecnologias digitais para turbinar a interação e promover o engajamento. Como exemplos, Eliane H. Augusto-Navarro propõe a utilização de emoticons para o estudo das emoções, enquanto Ronaldo Corrêa Gomes Jr. e Luciana de Oliveira Silva recomendam a criação de um blog da turma. Atividades com smartphones, PowerPoint, YouTube, sites e softwares podem ser integradas à rotina em sala de aula de maneira proveitosa e prazerosa.

Afinal, todos os recursos são válidos na busca pela aprendizagem verdadeira. Mas o que caracteriza esse conceito? “Aprender verdadeiramente significa fazer uso daquilo que foi aprendido. Sem utilidade ou uso, a aprendizagem se perde. Então, o desafio de professores de línguas é criar as condições para o uso daquilo que ensinam”, destacam os organizadores da publicação, que citam algumas razões para se aprender um novo idioma: “A língua estrangeira é muito mais que uma forma de acesso ao vestibular ou de ingresso ao mercado de trabalho. Quem fala uma língua estrangeira vale por duas pessoas; quem fala três vale por quatro, e assim por diante. Quem aprende uma língua estrangeira alarga seus horizontes, pois vê o mundo de mais pontos de vista, ganhando flexibilidade e amplitude intelectual.” Se depender dos educadores que querem fazer a diferença, o futuro do Brasil é multilíngue.

 

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Priscila Correia

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