Após o desmame do leite materno toda criança migra automaticamente para o leite em pó, certo? Não exatamente. Algumas crianças tomam o leite recomendado pelo pediatra e logo em seguida apresentam uma série de reações, como diarreia, coceira ou espirros. Sintomas que podem ser um indício que a criança tem alergia ou Intolerância à Lactose. Foi assim que aconteceu com o meu filho. Bastou inserir um leite muito recomendado pelos pediatras, na primeira fase, em sua dieta, aos 11 meses para começarem as diarreias e reclamações de dor em volta do umbigo.
De acordo com o nutrólogo – Gerenciamento de Perda de Peso, pesquisas indicam que cerca de 8% das crianças até três anos de idade, possuem intolerância ou alergia à lactose. “Muitos pais não associam os sintomas que a criança apresenta com o consumo de leite de vaca. Na maioria dos casos, a principal dificuldade é a falta de informação”, afirma.
Além disso, muitos pais ainda confundem a intolerância á lactose com a alergia à proteína do leite. Se a criança tem alergia ela pode manifestar-se através de lesões na pele com coceira (urticária), diarréia, vômitos e menos freqüentemente por sintomas respiratórios como chiado no peito e espirros. Caso seja intolerância é possível que criança sinta fortes dores abdominais, diarreia, gases e um grande desconforto.
A intolerância à lactose não chega a ser considerada uma doença. Ela é provocada pela falta da lactase, enzima responsável pela digestão do açúcar do leite (lactose) e de seus derivados. “Nestes casos, a lactose chega ao cólon (intestino grosso) intacta, se acumula e é fermentada pelas bactérias que vivem no local, formando ácido lático e alguns gases. A junção desse gás e do ácido são os responsáveis pelos sintomas como náuseas, diarreia, inchaço, entre outros”, ressalta o Dr.André.
Mas por que algumas crianças são intolerantes à lactose?
Muitas crianças desenvolvem essa intolerância a partir de doenças que prejudicam o funcionamento do intestino delgado, causando uma escassez da enzima lactase e a principal causa é genética. “Outras doenças crônicas como doença celíaca, doença de Crohn ou infecções parasitas também podem contribuir para o desenvolvimento da intolerância” diz o nutrólogo.
Em alguns casos, não existe uma causa específica. Ao atingir a idade de três a seis anos, o corpo dos pequenos passa a produzir naturalmente menos lactase.
Tratamento
O tratamento irá depender do resultado da avaliação médica. Algumas crianças são capazes de tolerar alguma quantidade de lactose e outras não. “Uma simples dieta de baixa lactose, ou seja, uma alimentação com pouquíssimos derivados de leite podem resolver o problema. Existem alguns medicamentos e enzimas para reposições que também podem ajudar na digestão da lactose. Em outros casos quando a criança é sensível a quantidades pequenas de lactose, ela deverá evitar leite e derivados”, esclarece o nutrólogo Dr.André.
O uso de suplementos à base enzimas digestivas já é uma alternativa para quem tem intolerância. Atualmente, já existem no mercado suplementos de enzimas digestivas que melhoram a digestão das proteínas, diminuindo os sintomas.
A lactase pode ser consumida por meio de pastilhas mastigáveis, em pó, comprimidos ou cápsulas que podem ser encontradas em farmácias convencionais ou de manipulação e lojas de produtos naturais. Esses produtos devem ser consumidos seguindo o modo de uso indicado na embalagem ou de acordo com orientação médica. Porém, o método mais efetivo ainda é uma dieta restrita em leite e derivados, que ameniza os sintomas e muitas vezes fazem desaparecer o problema.
Para meu filho, intolerante à lactose, costumo evitar de fato o consumo de laticínios. Já existem requeijões sem lactose para acompanhar os sanduichinhos das crianças, assim como fórmulas sem a enzima. Em relação aos doces, é interessante evitar até os dois anos na dieta de qualquer criança. Depois dessa fase, acredito que a melhor solução é continuar abusando das frutas e criando sobremesas em casa sem o uso de leite. É super possível. Já postei aquei uma dica de push pop sem lactose e de quindim também. Experimentem!
Lancheira saudável
Para não ficar na dúvida sobre quais alimentos o seu filho podem consumir, o nutrólogo André Veinert listou os principais alimentos que não podem faltar no prato do seu filho. Confira:
• Vegetais de cor verde-escura como brócolis, couve, agrião;
• Repolho, nabo e peixes de ossos moles como o salmão e sardinha, mariscos e camarão;
• Suco com extrato de soja;
• Frutas naturais;
• Sanduíche de pão sírio integral com blanquet de peru, alface e tomate;
• Massas e cereais: observar se na composição dos pães e massas não incluam leite e seus derivados.